Festival de Brasília: um clássico há 50 anos
A edição histórica celebra a memória e afirma a contemporaneidade do evento
Não é pouca coisa, comemorar no Brasil 50 anos de qualquer atividade sucessiva que envolva qualquer das artes. Por isso, na noite desta sexta(16), no legendário Cine Brasília, a festa de abertura da mostra cinquentenária pretende ser uma justa celebração ao passado e uma exaltação ao presente e futuro do evento, cuja história se confunde com a do cinema brasileiro. Nesta edição comemorativa, a curadoria do Fest Brasília formula vias de acesso à sustentabilidade, traçando proposições inéditas dedicadas ao mercado e à estética. Como o viés político sempre marcou o festival, não estão descartadas manifestações por conta do noticiário político-policial recente.
No programa de inauguração, homenagens especiais, entre elas ao quase nonagenário cineasta Nelson Pereira dos Santos, precursor do Cinema Novo com títulos como “Rio 40 Graus” e “Vidas Secas” . Após este prólogo, começa a primeira sessão do festival, com a exibição do curta metragem paulistano “Festejo Muito Pessoal”, de Carlos Adriano. Em seguida, o longa “Não Devore Meu Coração”, do carioca Felipe Bragança, que narra um caso de amor entre um menino brasileiro e uma garota indígena paraguaia. O filme, exibido no Festival de Berlim, foi destaque em outros festivais internacionais neste ano. Uma das preocupações constantes do Festival de Brasília tem sido a qualidade do conteúdo selecionado. Quem assina a função de diretor artístico, pelo segundo ano seguido, é Eduardo Valente, cineasta, crítico e programador de festivais. Para esta edição 2017, serão exibidos 144 títulos que compõem as mostras competitiva de curtas e longas, e as retrospectivas, em sessões ao longo dos dez dias do evento. Além das múltiplas sessões, o Festival de Brasília contará com publicações especiais e exposições de fotos e cartazes alusivos aos 50 anos de vida da mostra.
Fazem parte da Mostra Competitiva os filmes “Arábia”, de Affonso Uchoa e João Dumans (MG); “Café com Canela”, de Ary Rosa e Glenda Nicácio (BA); “Construindo Pontes”, de Heloisa Passos (PR); “Era Uma Vez Brasília”, de Adirley Queirós (DF); “Música para quando as Luzes se Apagam”, de Ismael Caneppele (RS); “O Nó do Diabo”, de Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé e Jhésus Tribuzi (PB); “Pendular”, de Julia Murat (RJ); “Por Trás da Linha de Escudos”, de Marcelo Pedroso (PE); e “Vazante”, de Daniela Thomas (SP).