Cresce a violência na cidade
Até o dia 10 de agosto deste ano foram registrados 98 casos de homicídios dolosos, latrocínios (roubo seguido de morte) e óbitos em unidades de saúde (após lesão corporal), segundo levantamento realizado pelo Grupo Folha. O número é 40% superior ao mesmo período do ano passado, quando a cidade registrou 70 casos. Julho de 2017 chegou ao fim com 15 assassinatos. Em 2016, apenas seis ocorreram nos mesmos 31 dias. Alguns casos foram muito emblemáticos na região. No dia 27 de abril deste ano o jovem Lucas Lopes, 22, foi morto por dois homens não identificados na rua Madressilva, no Jardim Ouro Branco. No dia 5 de maio deste ano um Kadett foi crivado de balas na Rua Crisântemo, Parque das Indústrias. Ainda em maio deste ano o jovem Jonathan Henrique Pereira, 22, morreu após ter sido atingido por 13 tiros, a maioria disparada contra a cabeça. O crime ocorreu na rua das Magnólias, no Parque Ouro Branco. No dia 3 de agosto o jovem Gabriel Caique Ferreira de Oliveira, de 23 anos, morreu após ser baleado dentro da casa onde morava no Jardim Esperança (zona sul).
O delegado chefe da 10ª Subdivisão Policial de Londrina (10º SDP), Osmir Ferreira Neves Junior, destaca que está perto de elucidar a autoria dos homicídios. “Na verdade é uma desavença entre pessoas com passagens policiais. São moradores da zona norte e sul da cidade e essas mortes são decorrentes de outras que aconteceram ao longo deste ano, no primeiro semestre. Agora é um contexto de produção de provas. Nós já temos um indicativo de autoria. Somente a vendedora de pães que estava próximo do local do tiroteio não tinha nada a ver com os fatos”, destaca.
Questionado sobre o funcionamento de um ponto de tráfico na praça do Parque das Indústrias em que ocorreu o primeiro homicídio do sábado, Neves Junior afirma que a motivação está associada também com o tráfico de drogas, mas o principal motivo é um acerto de contas dos homicídios no primeiro semestre. “É a violência gratuita entre pessoas que tinham várias passagens policiais e que eles acabam acabam causando todo esse transtorno. Foram dois crimes próximos no primeiro semestre associados”, aponta.
Sobre o balanço da criminalidade e homicídios o delegado chefe afirma que no segundo semestre houve uma redução de homicídios. “Estávamos nos aproximando do mesmo número proporcional ao do ano passado. Acreditamos que devemos encerrar o ano com um número de homicídios semelhante ao de 2016. Nós colocamos em prática algumas ações que reduziram o número de homicídios em relação ao primeiro semestre. É uma política duradoura na qual estamos buscando identificar dentro das organizações criminosas os homicidas para efetuar a prisão e tentar resultar na queda dessas mortes”.
(V.O.)