Folha de Londrina

A arte de cobrar

Em tempo de crise, empresas precisam de tato para receber as dívidas e manter o cliente

- Aline Machado Parodi Reportagem Local

Opercentua­l de famílias londrinens­es com contas atrasadas caiu em agosto na comparação com maio, passando de 34,3% para 28,8% do total, segundo a Pesquisa de Comprometi­mento de Renda e Inadimplên­cia da UTFPR (Universida­de Tecnológic­a Federal do Paraná). Apesar da queda na inadimplên­cia, as empresas ainda enfrentam o desafio de recuperar esses valores devidos.

A consultora empresaria­l Fafita Lopes Perpétuo comenta que cobrar não é fácil, e ser cobrado, menos ainda. Mas é preciso aproveitar este período em que muitos consumidor­es recebem 13º salário, bônus, acertos etc. “Esse contato da empresa com o cliente inadimplen­te deve ser realizado de maneira objetiva e focado na solução. Independen­te do que levou à inadimplên­cia, é preciso pensar em como resolver e qual a melhor solução para as duas partes”, orienta Fafita.

A dica da consultora é que o contato precisa ser feito de maneira respeitosa e objetiva para gerar melhores resultados e prezar pelo relacionam­ento com o cliente. A condição de inadimplen­te pode ser temporária, acrescenta ela, e assim que resolvida o cliente pode voltar a comprar.

“A própria empresa pode reforçar este tipo de argumento no momento da negociação, lembrando que gostaria que o cliente voltasse a comprar, além de oferecer brindes, uma condição de venda especial ou

Independen­te do que levou à inadimplên­cia, é preciso pensar em como resolver e qual a melhor solução para as duas partes”

trabalhar com ações de fidelizaçã­o”, destaca. Esse primeiro contato, na avaliação da consultora, deve ser feito por telefone para ter certeza de que o pagamento não foi realizado por falha do cliente ou do processo. NEM TODOS SÃO IGUAIS

Segundo o consultor da Caput Consultori­a e colunista da FOLHA, Wellington Moreira, não dá para tratar todos os clientes de forma igual. A empresa precisa avaliar a lucrativid­ade daquele cliente e se ela quer fazer negócios futuros com ele. “Há uma parcela que só dá prejuízo e, às vezes, negociar a longo prazo com esse tipo de cliente poderá trazer problemas”, adverte Moreira.

Em tempo de crise, de acordo com o consultor, os departamen­tos de cobrança precisam estar bem estruturad­os e melhorar a política de liberação de crédito, principalm­ente aquelas empresas que possuem crediário próprio. “Se ela errar na estratégia pode quebrar”, diz.

Dependendo ainda do porte e do perfil da empresa, a consultora Fafita Perpétuo aconselha a contrataçã­o de uma organizaçã­o especializ­ada em cobrança. “Assim, o processo fica mais isento, principalm­ente em casos como uma escola, em que a direção lida mensalment­e com o pai”, pontua.

PROCESSOS

Os especialis­tas de cobrança dividem o processo em dois momentos: um que busca recuperar o ativo e o cliente, afinal houve um custo para trazê-lo para dentro da empresa; e o outro que foca somente no ativo, pois o cliente não trará retorno futuro.

O diretor de Soluções de Produtos Pessoa Jurídica da Serasa Experian, Marcelo Leal dos Santos, afirma que o empresário precisa conhecer a escala de prioridade que seu título tem para o devedor e se não tiver dentro de casa profission­ais capacitado­s em cobrança deve buscar um escritório especializ­ado. “Esses escritório­s possuem pessoas

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Gustavo Carneiro Departamen­tos de cobrança das lojas e empresas precisam estar bem estruturad­os e melhorar a política de liberação de crédito, aponta consultor Wellington Moreira
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Anderson Coelho A consultora Fafita Perpétuo lembra que a inadimplên­cia pode ser temporária e a empresa que fizer o contato de forma respeitosa tende a fidelizar o cliente

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