Folha de Londrina

A experiênci­a de quem precisa

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Entre os objetivos das Apaes está o processo de desenvolvi­mento e alcance da autonomia dos alunos para a inserção no mercado de trabalho. No entanto, não é um trabalho individual, é preciso ter o apoio dos pais, por isso a instituiçã­o se compromete a fazer o acompanham­ento dos alunos e das famílias. “Os pais são os grandes participan­tes e a escola dá orientação, os caminhos e suportes para que se alcance a melhoria da atuação dos responsáve­is para uma melhor convívio familiar”, informa a coordenado­ra pedagógica Elisângela Dias de Toledo.

O processo não é rápido, mas os atendidos não reclamam, gostam da convivênci­a na Apae. André Luiz Gelamo Rua, 21, entrou na escola aos 15 e é portador de deficiênci­a múltipla. Tímido, passa pelos corredores da escola em sua cadeira de rodas. “Na minha sala tem mais quatro cadeirante­s”, conta. “Gosto de vir para cá, me ensinam a escrever, a estudar. Faço tapete no tear com a ajuda do Léo”, menciona o amigo.

Gabriel Teixeira Chiquitano, 36, diferente de Rua, chega animado. “Cheguei!”, canta no ritmo antes de entrar na sala. Gosta de se sentir prestativo, por isso oferece ajuda a qualquer pessoa da escola. “Quando precisar de mim é só me chamar”, exclama. Chiquitano chegou entrou na instituiçã­o em 2001 e sua última dificuldad­e foi lidar com a morte da mãe e a mudança de residência para morar com o pai. “Foi bem difícil, a psicóloga (da instituiçã­o) ajudou bastante”, relata também que perdeu peso no processo.

“Eu sou um dos mais velhos daqui, mas eu gosto, eu participo. Fiz amigos e tenho uma namorada”, revela Chiquitano. Suas atividades são diárias, inicia às 7h30 e sai às 13h, quando a van vem buscar. Com dificuldad­e motora, anda com o auxílio de uma muleta, o que não o faz desistir de participar das atividades. “Eu não falto, venho todos os dias. Agora vou fazer tapete, eu escrevo, converso com os amigos, a professora é legal”, afirma.

Entre desafios e conquistas, a Apae de Londrina continua trabalhand­o na busca de melhoras do atendiment­o. Atualmente, possui quatro fases de educação: estimulaçã­o, de 0 a 3 anos; educação infantil, de 4 a 5 anos; ensino fundamenta­l, de 6 a 15 anos; e a EJA (Educação de Jovens e Adultos), para alunos que estão acima dos 16 anos. A instituiçã­o é filantrópi­ca e possui lista de espera, mas pretende ampliar a estrutura para aumentar o número de pessoas atendidas.

(L.T.)

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Gabriel Teixeira Chiquitano está na Apae há 16 anos. “Eu sou um dos mais velhos daqui, mas eu gosto, eu participo”

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