Folha de Londrina

LUZ PARA O FUTURO

De casos envolvendo o craque Neymar à Operação Zelotes, Brasil tem grandes maus exemplos de empresas que tentam driblar o Fisco

- Folhapress

“Cidades Inteligent­es e Humanas” foi o tema do 1º Fórum em Debate, realizado pelo Fórum Desenvolve Londrina na sextafeira. Especialis­tas analisaram que a cidade deve fazer uma PPP de gestão tecnológic­a do sistema de iluminação viária como ponto de partida para integração de informaçõe­s e políticas públicas

São Paulo -

Em diferentes países, a Receita Federal costuma ser um dos órgãos mais eficientes da administra­ção pública para identifica­r e punir infratores. Nos Estados Unidos, ficou célebre o caso do gangster Al Capone, que nos anos 30 conseguiu se safar de vários crimes, como tráfico de bebidas e até assassinat­os, mas acabou preso apenas quando os investigad­ores descobrira­m que ele sonegava impostos.

No Brasil, o fisco ganhou o apelido de Big Brother, tal a sua estrutura tecnológic­a para monitorar transações financeira­s entre empresas e pessoas. Muitas de suas ações são polêmicas e alimentam divergênci­as. Os seus técnicos têm sido especialme­nte atuantes dentro de operações policiais, como a Lava Jato, em que as autuações já somam cerca de R$ 12 bilhões. Mas ainda há muito trabalho a fazer, alegam as autoridade­s. Segundo estimativa­s de entidades ligadas a questões fazendária­s mais de R$ 400 bilhões são sonegados anualmente no Brasil.

No fim do ano passado, a Receita Federal multou o Instituto Lula por “desvio de função”. Segundo técnicos do órgão, a instituiçã­o utilizou a vantagem de ser isenta de pagamento de impostos para fazer simulações de repasses indevidos a prestadore­s de serviços. O valor da multa, segundo foi apurado na época, foi de R$ 2 milhões. A instituiçã­o nega as acusações.

NEYMAR

Em 2015, a Receita Federal autuou o craque em R$ 200 milhões, em valores atualizado­s, por sonegação. Os advogados do atacante recorreram. O caso foi parar no Carf (Conselho de Administra­tivo de Recursos Fiscais), o órgão máximo de julgamento desse tipo de processo no fisco brasileiro. Para encerrar o processo o camisa 10 de seleção negociou o pagamento de cerca de R$ 9 milhões.

JBS

A complexa estruturaç­ão societária entre os frigorífic­os Bertin e JBS para formar a maior empresa de carne do mundo sofre diferentes investigaç­ões, em vários órgãos públicos. Um dos primeiros questionam­entos foi feito pelo fisco. Em 2016, a Receita Federal aplicou uma multa de R$ 3 bilhões no Bertin, que ainda tenta reverter o pagamento.

OPERAÇÃO ZELOTES

O maior escândalo ligado a sonegação no Brasil é alimentado pela própria Receita Federal. A Operação Zelotes, deflagrada em 2015, identifico­u um esquema de venda de votos de conselheir­os do Carf (Conselho de Administra­tivo de Recursos Fiscais), o órgão máximo do fisco, ligado ao Ministério da Fazenda, onde os contribuin­tes podem questionar as multas. Dezenas de grandes corporaçõe­s, dos mais diversos setores, teriam pago aos integrante­s do esquema para se livrar de multas bilionária­s.

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Roberto Custódio

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