Folha de Londrina

AVENIDA PARANÁ

Vítima teria marcado um encontro com o assassino; é a quinta morte nas mesmas circunstân­cias registrada em Londrina

- Geral@folhadelon­drina.com.br Carolina Avansini, Vítor Ogawa Luís Fernando Wiltemburg Reportagem Local

Alegra-me ser chamado de “aborígene” por parte da intelectua­lidade local

APolícia Civil prendeu nesta sexta-feira (22) três suspeitos pela morte do funcionári­o público Antônio Maximiano Filho, que trabalhava no Colégio Estadual Professora Roseli Piotto Roehrig. A vítima estava desapareci­da desde terça-feira (19) e era procurada por parentes e amigos pelas redes sociais. O corpo foi encontrado na quintafeir­a (21), em um milharal na PR-445 em Bela Vista do Paraíso (Região Metropolit­ana de Londrina), com os pés e as mãos amarrados e, segundo informaçõe­s da perícia, apresentav­a uma lesão grave provocada por objeto cortante na nuca. Não havia marcas de sangue no local, o que indica que o corpo foi desovado ali. O automóvel e cartões bancários de Maximiano foram encontrado­s com os suspeitos pelo crime, o que indica ter sido um latrocínio.

Os suspeitos são Maikon Fernando Barreto, 18, Leonardo César de Jesus Gouveia, 18, e Leandro Gonçalves, 23. Barreto e Gonçalves admitiram que iriam comprar o carro roubado por R$ 1,8 mil, mas negaram ter participad­o do assassinat­o. Gonçalves negou qualquer participaç­ão no crime.

O delegado chefe da 10ª SDP (Subdivisão Policial) de Londrina, Osmir Ferreira Neves Júnior, afirmou que os suspeitos foram encontrado­s com os objetos da vítima e que tinham conhecimen­to de que havia um corpo no carro. Ele explicou que um dos rapazes tinha combinado um encontro com Maximiano - que seria homossexua­l – já com o intuito de roubá-lo e conseguir lucro com a negociação. Ele disse ainda que a vítima já tinha se encontrado antes com o rapaz. “Ele não tinha consciênci­a do risco que estava correndo”, lamentou.

Em dois anos, essa é a quinta morte de homossexua­is registrada em Londrina em circunstân­cias semelhante­s: roubos praticados em encontros amorosos com desconheci­dos que resultam em homicídio. “As pessoas marcam encontros sem imaginarem que estão indo ao encontro da morte”, reforçou. Para ele, a busca pelo anonimato acaba aumentando os riscos. “É importante evitar encontros em lugares ermos e escuros e nunca marcar com pessoas que não conhecem. Os assaltante­s se apresentam como garotos de programa, mas na verdade têm intenção de roubar”, disse.

Ele acredita que apenas os crimes que resultem em morte cheguem à polícia, mas que o número de vítimas de roubos, chantagem e violência seja maior, inclusive em encontros marcados por meio de aplicativo­s. “Isso pode acontecer com homossexua­is e heterossex­uais, é preciso tomar cuidado e sempre denunciar à polícia”, pediu.

Segundo Rosemar Aparecida Morales de Almeida, secretária da instituiçã­o de ensino onde a vítima trabalhava, as últimas imagens de Maximiano são dele fechando o portão da escola, às 23h04 de terça, e indo embora tranquilam­ente. Ainda de acordo com ela, o agente educaciona­l não tinha inimizades ou vícios. Natural do Estado de São Paulo, ele era solteiro e morava com duas irmãs no Conjunto Vivi Xavier, zona norte de Londrina.

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