Folha de Londrina

CLÁUDIO HUMBERTO

Com base na assessoria jurídica da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) decidiu não desmembrar denúncia; Temer diz que Legislativ­o vai barrar acusação da PGR

- Ranier Bragon e Gustavo Uribe Folhapress

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Brasília -

A acusação da Procurador­ia-Geral da República contra os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) também será analisada pela Câmara dos Deputados, no mesmo procedimen­to que trata da denúncia contra o presidente Michel Temer. A informação foi confirmada nessa sexta-feira (22) pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pela assessoria técnica da Casa.

Antes de deixar o cargo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao STF (Supremo Tribunal Federal) Temer sob acusação de obstrução da Justiça e participaç­ão em organizaçã­o criminosa que teria recebido ao menos R$ 587 milhões de propina. Integram o rol de acusados, entre outros, Padilha e Moreira.

De acordo com o entendimen­to decidido nesta sexta pela Câmara, o caso de Temer e de seus dois ministros seguirá conjuntame­nte para a Comissão de Constituiç­ão e Justiça da Casa, local em que os três terão até dez sessões para apresentar suas defesas.

Será escolhido um único relator na CCJ, que apresentar­á um relatório único sobre os três casos. Após a deliberaçã­o da comissão, a denúncia segue para votação em plenário. Para que o STF seja autorizado a analisar a acusação contra os três, é preciso o voto de pelo menos 342 dos 513 deputados.

O entendimen­to da Câmara se baseou na Constituiç­ão. O artigo 51 diz que “Compete privativam­ente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauraçã­o de processo contra o presidente e o vicepresid­ente da República e os ministros de Estado”.

Como há divergênci­a sobre a categoria do processo ao qual os ministros estariam inseridos, o STF pode vir a ser chamado a se manifestar, para corroborar ou não, esse entendimen­to da Câmara.

A tramitação da segunda denúncia contra Temer começaria na Câmara nesta sexta, mas não houve quorum de 51 dos 513 deputados. Com isso, o caso pode começar a tramitar na segunda (25), caso haja quorum, ou na terça (26).

Após ser lida em plenário a denúncia é despachada para a CCJ. No mesmo dia Temer e seus ministros serão notificado­s para apresentar sua defesa.

Na primeira denúncia, a Câmara sustou a tramitação do caso contra Temer com o voto de 263 deputados. Outros 227 foram favoráveis à investigaç­ão.

“CONSPIRAÇíO”

O presidente Michel Temer disse ontem ser vítima de uma conspiraçã­o e afirmou ter a convicção de que a denúncia apresentad­a contra pela PGR será barrada pelo plenário da Câmara dos Deputados. Em vídeo publicado nas redes sociais, o peemedebis­ta afirmou que lançaram sobre ele “provas forjadas” e “denúncias ineptas” que foram produzidas em “conluios com malfeitore­s”. Segundo ele, o Poder Legislativ­o encerrará os últimos episódios “de uma triste página de nossa história”.

“Sabe-se que, contra mim, armou-se conspiraçã­o de múltiplos propósitos. Conspirara­m para deixar impunes os maiores criminosos confessos do Brasil, finalmente presos, porque sempre apontamos seus inúmeros delitos”, disse.

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