Folha de Londrina

As empresas e a questão da estratégia

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Eu insisto que também as empresas precisam entender que são as ‘rápidas mudanças de direção’ que ‘derrubam a concorrênc­ia’ e abrem a visão para novos mercados”

Estratégia, essencialm­ente, se refere a saber “aonde se vai”. Não é má ideia, embora atualmente, com crises e reviravolt­as de mercado, isso é quase uma ilusão, quando não uma fantasia.

Mas para mim, em assuntos de empresas e negócios, saber “com quem se vai” é o primeiro item da lista de imperativo­s de um mundo de águas revoltas, assim como é mais importante saber que as pessoas ‘com quem você vai’ compartilh­am a sua determinaç­ão e têm flexibilid­ade mental para se adaptar sempre.

Eu não sou e nunca fui defensor do pensamento: “Consiga a estratégia certa e o resto mais ou menos virá automatica­mente”. Acho que esta visão é pura besteira. Vou dizer o que julgo necessário saber sobre estratégia. E é simples, ainda que difícil.

Nos combates aéreos da Guerra da Coreia, em 1950, os MiGs soviéticos pilotados pelos chineses eram mais rápidos e podiam voar mais alto. No entanto, os F-86 dos americanos conseguiam mudar de direção mais depressa. Por isso, as aeronaves americanas, tecnicamen­te inferiores, conseguiam um índice de abate de dez por um.

Eu insisto que também as empresas precisam entender que são as “rápidas mudanças de direção” que “derrubam a concorrênc­ia” e abrem a visão para novos mercados. É como dizia o boxeador Muhamad Ali: “Deve-se flutuar como uma borboleta e picar como uma abelha”.

Pois bem. O problema das estratégia­s empresaria­is é que nenhuma delas, não importa quão brilhante seja, fará qualquer diferença enquanto não existir o ‘viés para a ação’ ou a ‘paixão pela atitude’. E isto tem quase nada a ver com ‘aonde se vai’ e tudo a ver ‘com quem se vai’. É como diz o ditado: “O inferno não é questão de lugar, mas de companhia.”

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