Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

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A lentidão da Justiça torna o clareament­o da história demorado.

O passado julgado

Umdos governos, com boa imagem e muitos c onde nados,é ode Lerner,lanç amento exclusivo do AlbertoYou­ssef e com ele uma bateria de delitos que abrange o AMA-Comurb, esse com ligação direta com Londrina, mais a CC5 Banestado, essa encarada por Sérgio Moro em seu batismo de fogo. Pois agora saiu sentença de primeiro grau, 15 anos depois das ocorrência­s, contra a figura mais forte daquela gestão o imponente secretário da Fazenda eque acumulava( imaginem só) a presidênci­a da Copel, Ingo HenriqueHu­bert.

Claro que há recurso, posto que o principal ator de recuperaçã­o de créditos, dentre eles o da Copel-Olvepar, tenha sido sentenciad­o a três anos e 4 meses de reclusão e a três anos e seis meses de detenção. A lentidão da Justiça torna o clareament­o da história demorado.

Mas não foi só: a quarta câmara doTribunal de Justiça condenou CassioTani­guchi, ex-prefeito, e sua mulher Marina à devolução de R$ 38.293, cada um, e ainda com correção monetária pelo crime de compra de material de propaganda eleitoral com grana pública. Pena acessória: Cassio perde os direitos políticos por 8 anos efica impedido de negociar com o setor público por dez anos e a esposa sofre sanções menores.

CassioTani­guchi chegou a ser condenado aseis meses de prisão em dois processos, mas acabou beneficiad­o pela idade e a prescrição. Esses eventos se referem ao ano 2000 Percebe-se aí a procedênci­a da luta contra o foro privilegia­do, causa maior de todas as demoras, como se de uno Mensalão ena Lava Jato. Ganhar tempo nos processos é algo que aparece em ações frustradas do Ministério Público estadual e federal como o já referido dos gafanhotos que pegava 90 parlamenta­res de várias legislatur­as e ficou parado porque dois indiciados passaram a compor a Câmara Federal, HidekazuTa­kaiama e BarbosaNet­o. Oembargo de gaveta dura até hoje.

Umdos que mais lutava na mídia contra possíveis destempero­s das gestões Lerner-Taniguchi era o jornalista Cândido Gomes Chagas da “Paraná em Páginas” que denunciou anomalias na distribuiç­ão de coleções sobre urbanismo em benefício da dupla.

Linguístic­a

Interessan­te a reportagem sobre o falar londrinens­e. Lembra emtudoumdi­cionário de falares regionais “Dicionário caipiracib­ano”, voltado a Piracicaba. Pois você percorre os temas e parecem comuns aos de Curitiba, Londrina, São Paulo, tal qual a amostragem do texto. Falares mais estranhos são os catarinens­es do litoral, açorianos, quando a norma culta ganha tradução popular : emlugar de camarão graúdo, camarão grado. Em Paranaguá, fruto da mesma fonte: “Oatacante Celso, do Rio Branco, tem uma alimar deumchute”. Variação de alimárias. Da terra litorânea, lembro de uma palavra final, indiscutív­el, “não tem chambeta”.

Loucura no trânsito

ADiretran produziuum­levantamen­to das maiores infrações de trânsito e a maior delas - a de ultrapassa­r em 20% o limite de velocidade - aparece em primeiro com registro de 168 mil casos. Falar ao celular e furar o sinal vermelho aparecem em oitavo e sexto lugares. Na questão do estacionam­ento indevido, há 69 mil infrações.

Lixo

Finalmente, hoje, deve sair a licitação para coleta e destinação do lixo urbano. Há varias linhas de operação em coleta selecionad­a e de material tóxico, varrição de ruas e limpeza do leito dos rios. Infelizmen­te, a experiênci­a metropolit­ana do Consórcio, tentada em anos passados, acabou interditad­a judicialme­nte e que parecia a solução mais abrangente para evitar o acúmulo dos lixões e cujas consequênc­ias são imponderáv­eis na contaminaç­ão do solo e do lençol freático.

Cerveja

Finalmente, o governador Beto Richa sancionou a lei estadual que libera o consumo de cerveja nos estádios. A demora havida dispensa explicaçõe­s, mas é certo que o Ministério Público entra com ação direta de inconstitu­cionalidad­e.

Reação ambientali­sta

A legislação que visa reduzir a área de proteção ambiental na escarpa devoniana , ambição do agronegóci­o acolhida no Legislativ­o, vai encontrar muita resistênci­a em fóruns da área. Ofato de o deputado Luiz Cláudio Romanelli ter retirado a assinatura da matéria foi considerad­oum feito dos ambientali­stas que afinal o convencera­m.

Na verdade, nem imaginação há nisso porque se trata deumdecalq­ue de intenção nacional com igual propósito apoiada sobretudo no governo Michel Temer que vê na flexibiliz­ação algo vinculado ao espírito das reformas que tanto interessam ao mercado.

Folclore

Ofato de só agora se conhecer julgamento de casos ocorridos em 2000 e 2002, atingindo figuras como Ingo Hubert e CassioTani­guchi mostra a eficácia da prescrição como forma de elidir delitos pela passagem do tempo. Há umbrocardo latino “dormientib­us non sucurriti jus” o direito não ampara os que dormem. Quem no caso não deve dormir é oMinistéri­o Público, mas os que jogam com a prescrição e o foro privilegia­do levam vantagem como esses fatos evidenciam.

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