Folha de Londrina

Na lanterna da educação

-

“A média brasileira de anos de estudo é de 7,8 anos, abaixo das médias latino- americanas, como as do Chile e Argentina (9,9 anos), Costa Rica (8,7 anos) e México (8,6 anos). É ainda mais distante da média de países desenvolvi­dos”, indica o relatório da Oxfam Brasil, complement­ando que apenas 34,6% dos jovens de 18 a 24 anos estão matriculad­os em universida­des, dos quais apenas 18% concluem o curso.

“Em geral, a juventude negra e pobre é a mais afetada pelas barreiras educaciona­is. Baixo número de anos de estudo, evasão

escolar e dificuldad­e de acesso à universida­de são problemas maiores para esses grupos, que, não por acaso, estão na base da pirâmide de renda brasileira”, afirma.

Para a diretor da ONG, Katia Maia, a construção da sociedade brasileira é baseada em uma divisão entre cidadãos de “primeira e de segunda categoria”. “Os números são muito fortes: 80% das pessoas negras ganham até dois salários mínimos, e estamos falando de 50% da população brasileira. A gente olha no nosso entorno e vê as bolhas de pessoas brancas, enquanto as negras são colocadas na periferia da cidade. É importante a gente debater e conversar sobre o racismo, mostrando que somos iguais. Esse deficit a gente tem de assumir, que somos país racista e enfrentar, buscar solucionar isso. É grave porque do jeito que estão colocados, os números falam por si, a gente quase não resolve isso nesse século”, alerta.

Embora aponte uma “notável universali­zação do acesso à educação básica”, o relatório pede cuidados para lidar com a evasão escolar, especialme­nte em séries mais adiantadas. No que diz respeito a outros serviços essenciais, apesar de elogiar uma “importante expansão” nos últimos anos, o documento coloca como desafio a ampliação do acesso de mulheres e negros ao sistema público de saúde.

lhapress) ( Fo-

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil