Folha de Londrina

Fauna e flora ao alcance das mãos

Alunos da Escola Municipal Carlos Zewe Coimbra participam de aula viva na natureza no Espaço Jabuti

- Marian Trigueiros Reportagem Local

Alunos da Escola Municipal Carlos Zewe Coimbra (região Leste) puderam ver de perto vários conceitos que aprenderam em sala de aula no passeio pedagógico no Jabuti Lazer e Conhecimen­to, promovido pelo programa Folha Cidadania. Durante uma tarde, foram desafiados a ampliar o conhecimen­to experiment­ando, a todo momento, atividades pedagógica­s de forma interdisci­plinar, sempre com muita ludicidade. O local, fundado há 10 anos, tem a proposta de oferecer uma aula viva na natureza a alunos da educação infantil até o nono ano, incluindo educação especial. O conteúdo e linguagem são oferecidos de forma diferentes para cada idade com a supervisão e acompanham­ento de monitores treinados como pedagogos, biólogos, veterinári­os, geógrafos, de educação física e recreação.

Sendo assim, a proposta pedagógica do Jabuti obedece aos mesmos critérios utilizados pelas escolas e estas definem o tema do passeio que os alunos irão desenvolve­r durante a visita. Os temas são divididos em “A descoberta do tesouro fóssil”; “O segredo do Curumim”; “Amigos da sustentabi­lidade”; “Rainha doce e sua colmeia”; “Fábrica de Aves”; “Tecendo o fio de lã”; “Um dia no campo”; “Navio Pirata”, em breve, “Planetário” e, “Mergulho no planeta Terra”, que os alunos da escola participar­am. Neste passeio, conheceram o Laboratóri­o de Aquicultur­a e os animais da fazenda, receberam informaçõe­s e participar­am ativamente no processo, seja observando, comparando o alimento próprio de cada um, vendo seu habitat, alimentand­o e até mesmo tocando nos animais.

A primeira parada foi em frente a uma das 22 represas do local, onde o monitor Guilherme Brust fala sobre o ciclo da água percorrido das nascentes até os grandes rios. “O aumento de temperatur­a da água faz que sejam formadas micropartí­culas sobre a represa e que, em forma de vapor, vão começar a subir na atmosfera até chegar no ponto em que a temperatur­a vai ser mais baixa. Aí que ocorre o processo de condensaçã­o e o vapor de água vai passar para o estado líquido. Quando houver um acúmulo, cai em forma de chuva”, detalha para emendar sobre a importânci­a dessa água ter para onde escoar. “Na cidade, se tudo estiver concretado e não houver bueiros, a água não consegue infiltrar-se no solo para voltar aos reservatór­ios naturais de água, chamados aquíferos. Um dos maiores do mundo, inclusive, é o Gua- rani, que está presente em vários estados, dentre eles, o Paraná”.

Depois da explicação, os alunos seguiram para o laboratóri­o de Aquicultur­a, local em que as fêmeas recebem indução hormonal para aumentar e acelerar o processo de desova. “Um peixe, em condições normais, deposita cerca de 400 ovos. Com a indução, o número chega a 4 mil. O processo ocorre em 24 horas e as larvas nascem depois de 12 horas. Atualmente, existem cerca de 2 milhões de lambaris distribuíd­os nessas represas”, conta o monitor e coordenado­r Renê Lopes, complement­ando que os peixes são fornecidos como iscas para produtores de peixe da região. No laboratóri­o, as crianças ainda puderam ver as várias fases de reprodução do peixe nos tanques, identifica­r as diferenças entre macho e fêmea pela nadadeira, além de praticar uma pesca ecológica. “Depois do nascimento, os peixes ficam nesse ‘ berçário’ por 20 dias antes de serem transferid­os para a represa”, completa.

PARADA NA FAZENDA

Além dos peixes, há animais de outras classes na fa- zenda como répteis, aves, mamíferos e anfíbios. Nesta parada, outra oportunida­de em ver de perto os animais, saber sobre suas caracterís­ti- cas e tocá-los. Entre eles estão os leitões, porcos na fase inicial de vida. O monitor Lopes explica que os porcos, ao contrário do que se pregou durante muito tempo, são animais que não gostam de sujeira e defecam bem longe do local onde comem. “Uma curio sida deé que apele do porco se aproxima muito da humana, até mesmo na sensibilid­ade. Como forma de proteção, rolam na lama para formar uma camada que diminui a temperatur­a corporal”. Na fase adulta, um porco da raça ‘ large white’ pode chegara 350 kg. Nesta ala, ainda passaram por outros mamíferos como bezerros, vacas, bois e cavalos.

Na etapa das aves, mais descoberta­s sobre as caracterís­ticas de animais como peru, galo originário do Japão, galinha da Polônia e galinha da Angola. Receosos ou curiosos, os alunos colocava mamão nos bichos para senti remas texturas das penas, patas e bicos .“Agalinha da Angola não choca os ovos, coloca-os em buracos e cobre com folhas para que fiquem aquecidos”. O contato com os animais encerra-se com um sapo, do tipo cururu, que chamou muita atenção. “Este sapo é da nossa região, foi trazido da América Central para ser um controlado­r biológico de pragas nas plantações de cana- de- açúcar. É um anfíbio que só entra na água para reproduzir, então, é encontrado embaixo de madeiras e pedras”, mostra o monitor, reiterando a importânci­a de cada um dos animais na manutenção do equilíbrio ecológico.

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Fotos: RiCardo ChiCarelli Ver de perto e tocar um galo originário do Japão foi uma das experiênci­as em campo
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Com apoio de monitores, as crianças puderam conhecer melhor os animais, uma experiênci­a que oferece várias sensações
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Uma parte do passeio foi dedicada ao conhecimen­to dos mamíferos, como porcos, bois e cavalos

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