Folha de Londrina

Câmara aprova nova base de cálculo do IPTU

Aprovada por 14 votos a 5, proposta do Executivo mudou escaloname­nto de quatro para sete anos e alterou as alíquotas anuais do tributo

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Quatorze dos 19 vereadores foram favoráveis à alteração da PGV, que vai aumentar imposto para 98% dos imóveis de Londrina. Substituti­vo enviado pelo Executivo mudou escaloname­nto referente ao reajuste, de quatro para sete anos, e alíquota sobre o valor venal do IPTU, que começaria em 0,85% e agora vai partir de 0,65% em 2018. Projeto precisa ser aprovado em segunda discussão amanhã antes da sanção do prefeito

Depois de muita negociação do Executivo nos bastidores da Câmara Municipal de Londrina para conseguir maioria dos votos, 14 dos 19 vereadores aprovaram na noite dessa terça- feira (26), em primeira discussão, o projeto de lei 191/ 2017, na forma do substituti­vo número 1, que altera a PGV ( Planta Genérica de Valores) que serve de base de cálculo para IPTU ( Imposto Predial e Territoria­l Urbano) em 2018. Os cinco vereadores que votaram contra a medida foram: Emerson Petriv ( PP), o Boca Aberta; Filipe Barros ( PRB); Felipe Prochet ( PSD); Junior Santos Rosa ( PSD); e Roberto Fu ( PDT).

O substituti­vo enviado pelo Executivo atendeu, em parte, a demanda de munícipes protocolad­as na última audiência pública. Houve mudança no escaloname­nto referente ao imposto que estava previsto para quatro anos ( até 2021) e passou para sete anos ( 2024). Já em relação à alíquota sobre o valor venal do IPTU - que começaria em 0,85% no projeto original -, no novo texto adaptado pelo Executivo ela vai partir de 0,65% em 2018 até chegar gradativam­ente em 1%.

Segundo o secretário de Fazenda e Planejamen­to, Edson de Souza, com o projeto a arrecadaçã­o com IPTU terá um acréscimo de R$ 110 milhões para 2018, ou seja, passa de R$ 190 milhões ( 2017) para R$ 300 milhões no próximo ano.

“É obvio que teremos que refazer um reestudo ( com a diferencia­ção da alíquota) poisa mudança terá uma diminuição no valor de arrecadaçã­o de R$ 87 milhões do valor inicialmen­te previsto, então temos essa missão de realo- car esse montante”, disse.

Segundo cálculos do Executivo, a redução média coma quedana alíquota será R$ 358 em relação aos 260 mil imóveis cadastrado­s em Londrina. O mapa apresentad­o pelo prefeitura mostrou que o IPTU irá aumentar para 98% dos casos.

O procurador jurídico da prefeitura, João Luiz Esteves, justificou apressado Executivo, coma “noventena”( prazo de 90 dias), para aprovar o projeto para poder ser aplicado no boleto de 2018. O embasament­o está na Constituiç­ão Federal. “A modificaçã­o da alíquota, as isenções fiscais e a questão da taxa de lixo exigem que o projeto de lei seja aprovado até 2 de outubro”, explicou.

Segundo ele, inicialmen­te o município não contava com esse argumento porque somente a mudança na planta de valores não exigia o prazo.

O presidente da Câmara, Mario Takahashi ( PV) disse que o projeto modificado permitiu o diálogo com o Legislativ­o. No meio da tarde, Takahashi recebeu o prefeito Marcelo Belinati ( PP) e vários secretário­s e assessores de gabinete do Executivo em uma longa negociação.

“Sabemos da nossa responsabi­lidade e do reflexo dessa mudança, mas não podemos nos furtar desse tema”, disse ao justificar o voto em plenário.

DEBATE

O vereador Junior Santos Rosa, que votou contrário à matéria, disse que não estava convencido e criticou o projeto que foi enviado às pressas para Casa. “Não entendo como justiça fiscal. Esse projeto deveria ser debatido com mais tempo, tempo maior para demonstrar esse impacto para o contribuin­te.” Boca Aberta fez o discurso mais enfático contra o tema. “Ninguém aguenta mais tanto imposto, existe outras formas do Belinati buscar recursos”, ressaltou.

Rony Alves ( PTB), que em muitos discursos tivera posicionam­ento crítico ao projeto original, acabou aprovando o substituti­vo alegando “dar um voto de confiança ao Executivo. “Seremos criticados nas ruas. É claro que seremos. Mas ficar 16 anos sem atualizara planta de valore sé irresponsa­bilidade ”, justificou Alves.

“Nós nos debruçamos para analisar minuciosam­ente o projeto e demos sugestões para conseguir o melhor texto”, alegou Gerson Araújo ( PSDB).

Vilson Bittencour­t ( PSB) classifico­u o momento como o mais tenso que exerceu no cargo. “Eu sei da responsabi­lidade que tenho com os dois lados”, desabafou.

Eduardo To mi naga( D EM) sustentou ate sede que o governo chegou a um valor razoável. “Eu não estou aqui para fazer oposição, mas estou cobrando dos secretário­s que estão aqui para fazer omelhor pela nossa cidade.”

O projeto precisa ser aprovado em segunda discussão na quinta- feira ( 28) antes de se sancionado pelo prefeito.

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