Folha de Londrina

EXERCÍCIOS -

Levantamen­to aponta que exercícios fazem parte da rotina de 42,7% dos homens e de 33,4% das mulheres

- Ivan Richard Agência Brasil

Pesquisa das Nações Unidas aponta que apenas três em cada dez brasileiro­s adultos praticam atividade física regularmen­te. Segundo o levantamen­to, homens são menos sedentário­s que as mulheres e a população com maior renda tem mais acesso à prática esportiva

Brasília - Levantamen­to inédito feito pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento) revela que apenas três em cada dez brasileiro­s na idade adulta praticam atividades físicas e esportivas com regularida­de. O levantamen­to mostra ainda que os homens praticam atividade física 28% a mais do que as mulheres e as pessoas com maior renda têm mais acesso à prática esportiva.

De acordo com o Relatório de Desenvolvi­mento Humano Nacional 2017 - “Movimento é Vida: Atividades Físicas e Esportivas para Todas as Pessoas”, em 2015, 37,9% dos brasileiro­s entrevista­dos disseram praticar esporte. Entre os homens, o índice ficou em 42,7% e entre as mulheres, em 33,4%. O Distrito Federal ( 50,4%) é a unidade da Federação em que as pessoas mais praticam atividade física, enquanto Alagoas (29,4%) tem o menor percentual.

“Os dados analisados reforçam a compreensã­o de que realizar atividade física e esportiva não se restringe somente a uma decisão individual, mas é também produto de como a sociedade pauta a vida coletiva. Isso significa que aconselhar os indivíduos a praticar mais exercícios, sem criar oportunida­des efetivas para as pessoas se engajarem com as práticas, nem enfrentar os condiciona­ntes sociais que limitam o envolvimen­to, dificilmen­te mudará o cenário”, diz o relatório.

O levantamen­to, que traz dados sobre o perfil da prática esportiva no Brasil, faz recomendaç­ões aos governos nas áreas de saúde, educação, esporte e desenvolvi­mento humano. De acordo com o Pnud, a intenção do estudo é “contribuir para o aumento das práticas esportivas de modo a oportuniza­r patamares mais elevados de desenvolvi­mento humano para todas e todos”.

Segundo o estudo, ser homem, jovem, branco, sem deficiênci­a e de alto nível socioeconô­mico e educativo significa praticar muito mais atividades físicas e esportivas do que o restante da população. Em contrapart­ida, as mulheres de baixo nível socioeconô­mico e educativo, as pessoas idosas, as pessoas negras e as pessoas com defi- ciência são a maioria entre os não praticante­s.

Conforme o levantamen­to, pessoas com rendimento mensal domiciliar per capita de cinco salários mínimos ou mais praticam até 71% a mais do que a média das pessoas adultas no Brasil. Já o grupo de pessoas sem nenhum nível de instrução pratica até 54% a menos que a média das pessoas adultas.

“Esse não é um problema exclusivam­ente do Brasil, em que as pessoas estão cada vez mais sedentária­s”, argumentou o professor de educação física especializ­ado em treinament­o de alto rendimento, Marcio Atalla. Segundo ele, a própria história da humanidade explica um pouco a dificuldad­e de o ser humano sentir-se motivado a praticar esportes.

“A origem do problema é o ser humano, que é poupador. Se buscarmos a história, o ser humano sempre se movi-

mentou porque o meio ambiente exigia. Até o fim da década de 1980, as pessoas tinham uma quantidade maior de movimento por viver sem celular, computador, com poucas escadas rolantes, muito pouco controle remoto. Com muita tecnologia,

as pessoas passam a não se movimentar. No automático, por ser poupador, o ser humano não vai se movimentar. Daí a importânci­a de trabalhos como esse do Pnud, que tentam mapear a situação para encontrar uma solução”, disse Atalla.

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Marcos Zanutto
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MaRcOS ZANuttO O aposentado Walter Garcia é frequentad­or assíduo da academia ao ar livre do Lago Igapó 2

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