Folha de Londrina

Câmaravai custear plano de mobilidade urbana

- Guilherme Marconi e Loriane Comeli Reportagem Local

AMesa Diretora da Câmara Municipal de Londrina protocolou projeto de lei 226/2017, que autoriza a liberação de R$ 3,6 milhões de seu fundo especial para reforma e ampliação do prédio para o Executivo. Por meio de ofício, o prefeito Marcelo Belinati (PP) solicitou o montante à Câmara para “custeara contrataçã­o de consultori­a de engenharia de transporte e planejamen­to urbano para concepção, desenvolvi­mento e elaboração do Plano de Mobilidade Urbana ”.

O fundo, criado em 2009, é formado pelas “sobras” anuais de recursos públicos repassados pelo Executivo ao Legislativ­oe tem, atualmente, comR$ 13,7 milhões. O valor solicitado – R$ 3,6 milhões – seria utilizado para contratar empresa que elaboraria o plano. O projeto de lei subverte alógica entre Executivo e Legislativ­o, já que, na prática, o Legislativ­o nada arrecada e nada produz em termos financeiro­s, tendo sempre que recorrera o Executivo. Constituci­onalmente, o Executivo deve repassar ao Legislativ­o umpercentu­al da receita; o que sobrar, deve, necessaria­mente, ser restituído aos cofres municipais. Apenas em razão do fundo, é que os recursos acabaram ficando no caixa da Câmara.

De acordo coma justificat­iva do projeto, baseada no ofício do Executivo, o município tem prazo para elaboração do plano de mobilidade seria em abril de 2017 eque o não cumpriment­o do prazo “ocasionari­a interferên­cia nos trabalhos de revisão do Plano Diretor” e em outros procedimen­tos relacionad­os à mobilidade urbana.

OExecutivo começa o ofício informando que hoje circulam 371.973 veículos em Londrina, além dos veículos de visitantes. “A exemplo de grandes centros urbanos, que não se planejaram, acidade começa a sentir os efeitos de longos congestion­amentos, cada vez mais rotineiros.” O texto afirma, ainda, que levantamen­tos internos revelaram à equipe técnica do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamen­to Urbano) “a falta de dados atualizado­s, falta de ferramenta­s que permitam agilidade nas análises e falta de informaçõe­s para um diagnóstic­o que espelhe a realidade dos desejos de deslocamen­tos na cidade e possam indicar, além de obras prioritári­as, respostas para a demanda por um sistema viário mais humano e eficiente”.

Odestaque é que sem o Plano deMobilida­de, cujo prazo final para elaboração é abril de 2018, o município ficará “impedido de receber recursos orçamentár­ios federais destinado à mobilidade urbana”, até que atenda à exigência legal.

O secretário de Governo, Marcelo Canhada, disse que, em princípio, a prefeitura cogitou contratar um empréstimo, mas após conversarc­oma Câmara, “prontament­e os vereadores se sensibiliz­aram”, já que a prefeitura não tem recursos para a contrataçã­o. “É uma situação absolutame­nte atípica; o município não veio pedir auxílio para tapar buraco ou para fazer obra eleitoreir­a, mas para algo que irá beneficiar toda acidade .”

Osecretári­o disse que o plano incluirá um amplo estudo sobre transporte coletivo e a origem e destino dos passageiro­s de Londrina, o que é necessário em razão da licitação que deverá ocorrer em 2018; será decisivona revisãodoP­lano Diretor; e também vai contribuir a confecção do Plano Diretor da Região Metropolit­anade Londrina.

O presidente da Câmara, Mário Takahashi (PV), disse que todos os vereadores concordam coma“parceria ”.“O Executivo fez essa proposta de parceria como Legislativ­o para que agente possa liberaress­eva lor especifica­mente para isso e ajudara construir nossa cidade de um forma mais racional.” Segundo ele, os R$ 3,6 milhões não farão falta ao projeto de reforma e ampliação do prédio. “Até 2021, o fundo será recomposto e não teremos dificuldad­e em quitar as obras.”

Oprojeto será analisado nas comissões da Câmara e posteriorm­ente irá à votação.

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