Folha de Londrina

Condenado por improbidad­e, CássioTani­guchi entracomre­curso

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local

Depois de o TJ ( Tribunal de Justiça) do Paraná confirmar a condenação, em segunda instância, do ex- prefeito de Curitiba Cássio Taniguchi e de sua esposa Marina Klamas Taniguchi, por ato de improbidad­e administra­tiva, a defesa do casal informou que já entrou com recurso. A decisão do TJ, unânime, atende a uma ação civil, proposta pelo Ministério Público ( MP) Estadual e divulgada na segunda- feira ( 25). A denúncia se refere à compra e à distribuiç­ão de material destinado à propaganda política, segundo o órgão pagas com recursos públicos.

Na argumentaç­ão do MP, a situação causou dano ao erário e configurou enriquecim­ento ilícito. Com a condenação, o casal tem seus direitos políticos suspensos por oito anos e fica proibido de contratar com o poder público, também por dez anos. Além disso, ambos terão que ressarcir os cofres públicos em R$ 38.293 cada - valor que deve ser atualizado, com correção monetária, contando a partir de 2000. Eles ainda precisarão pagar multa de igual valor.

Atualmente, superinten­dente de desenvolvi­mento da Região Metropolit­ana da Grande Florianópo­lis ( SC), o político chefiou o Palácio 29 de Março entre 1997 e 2004, então pelo PFL [ hoje DEM]. Os desembarga­dores da 4 ª Câmara Cível do TJ destacam que, ao contrário do que sustentou a defesa, “verifica- se que não há qualquer vício na decisão recorrida, uma vez que a matéria apontada foi devidament­e apreciada”.

Procurada pela FOLHA, a advogada Luciane Leiria, que representa o ex-prefeito e a ex- primeira- dama, enviou nota informando que a ação se baseou em uma denúncia anônima, feita ao TRE ( Tribunal Regional Eleitoral) em 2000, durante a campanha que culminou com a reeleição de Taniguchi ao cargo. Os kits mencionado­s teriam sido confeccion­ados com verbas do Instituto Pró- Cidadania de Curitiba ( IPCC), entidade então presidida por Marina.

Ao TRE, o denunciant­e entregou “uma sacola plástica de mercado contendo um kit escolar e uma bola de campanha do Sr. Cassio Taniguchi e um bilhete dizendo que estas sacolas estavam sendo distribuíd­as nas escolas”, diz a nota. A advogada sustenta que houve então um processo para a averiguaçã­o de cometiment­o de crime eleitoral junto ao Tribunal e que o casal foi absolvido, uma vez que não houve prova da irregulari­dade. Mesmo assim, o MP abriu investigaç­ão e, após nove anos, em 26 de agosto de 2009, foi ajuizada a ação de improbidad­e.

“A ação foi proposta com base no depoimento de uma testemunha, em desfavor de Cassio e Marina Taniguchi, ouvida pelo Ministério Público, antiga funcionári­a do Instituto, que deu uma versão dos fatos para os promotores e outra totalmente diferente em juízo. Sendo inclusive determinad­o pelo juiz de primeira instância que se abrisse Inquérito para averiguaçã­o de crime de falso testemunho por parte da mesma”, prossegue a defesa.

Para Luciane Leiria, Cassio e Marina Taniguchi foram condenados “com base em depoimento reconhecid­amente com indícios de falsidade”. Portanto, apresentar­am recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e “confiam na Justiça”. A advogada completou que os efeitos da decisão somente se efetivam com o trânsito em julgado, que não ocorreu e depende do julgamento por parte das instâncias superiores.

Curitiba – Casal tem seus direitos políticos suspensos por oito anos

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