Folha de Londrina

Fimda inércia?

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Emdois dias, tivemosemô­nibus metropolit­anos na capital cenas sequenciai­s de violência e, diante da frequência, a área de segurança resolveu reagir, convocando todos os segmentos interessad­os na solução do problema. Antes que tivéssemos aquiumembr­ião da Rocinha, fez-se a convocação de órgãos ligados ao tema comoUrbs, Comec, cartel do sistema e variadas dependênci­as da polícia. Pelo menos, está rompida a inércia, vista por muitos como indiferenç­a como se o caso dos ataques aos ônibus, tivesse umcaráter insolúvel como o da pobreza e os marginais que gera emprogress­ão geométrica alimentada pelo tráfico.

No episódio de Botiatuvin­ha, emrelação ao de anteontem, pelo menos houve prisões dos que tentaram ocupar o ônibus e submeter seus passageiro­s ao terror. É, aliás, a formade terror com que nos defrontamo­s para as quais as soluções repressiva­s, tal qual se vê no Rio de Janeiro, são insuficien­tes, mesmocomo emprego das forças armadas. Por sinal que, aí normalment­e o governador e seu estafe insistemem­fazer analogia entre o nosso caso e o dos cariocas. Não há propósito, mas para afirmar que nosso ajuste fiscal deu certo faz-se a comparação indevida quando a implosão do Rio se deve àmá gestão e a cultura do populismo ao longo do tempo, nutrida à corrupção. Seria omesmoque a oposição comparasse Beto Richa, nos transborda­mentos éticos, a SérgioCabr­al, hoje a expressão maior da improbidad­e brasileira, quando tal analogia não tem o menor sentido até porque os atos sob investigaç­ão do nosso governador são ainda pré-indiciário­s e os do carioca são veementes no acervo probatório.

Beto, portanto, não é SérgioCabr­al eCuritiba, pelo menos por enquanto, estábemdis­tante da Rocinha.

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