Macron propõe criação de agência europeia de refúgio
Para presidente, medida harmonizaria procedimentos usados para lidar com os imigrantes
São Paulo -
O presidente francês, Emmanuel Macron, propôs a criação de um agência europeia de refúgio e a emissão de documentos de identidade europeus como medidas para tratar os fluxos migratórios na região. Em discurso aos alunos da Universidade Sorbonne, em Paris, Macron detalhou seus planos de reforma da União Europeia, uma de suas bandeiras durante a campanha eleitoral. “Somente por meio da Europa nós poderemos eficientemente proteger nossas fronteiras e receber aqueles que precisam de proteção de uma maneira digna, e, ao mesmo tempo, enviar de volta [ aos seus países] aqueles que não são elegíveis para refúgio”, declarou.
O presidente afirmou que a criação de uma agência comum aceleraria e harmonizaria os procedimentos usados pelos países para lidar com os imigrantes. Ele tam- bém defendeu a “criação gradual” de uma polícia europeia de fronteiras. Estima-se que desde 2015 cerca de 1,7 milhão de refugiados chegaram à Europa, vindos principalmente da Síria, do Afeganistão e de outras regiões de conflito. A forma como tratá- los tem sido um dos principais pontos de desacordo entre os membros da União Europeia.
Os refugiados se concentraram nos portos de entrada, o que levou a União Eu- ropeia a decidir pela sua distribuição por meio de um sistema de cotas entre os demais países-membros, desafogando Grécia e Itália. A medida enfrentou resistência. No início de setembro, o Tribunal de Justiça da União Europeia decidiu que a Hungria e a Eslováquia não podiam rejeitar suas cotas de migrantes.
O presidente francês fez um alerta sobre os perigos do nacionalismo anti-imigração e afirmou que esse movimento é contrário aos princípios de uma Europa compartilhada. A reforma de Macron depende de apoio do governo da Alemanha, que teve a chanceler Angela Merkel reeleita para um quarto mandato.
Macron propôs a criação de uma “força comum de intervenção” até 2020 e afirmou que para isso seriam necessários “um orçamento europeu de defesa e uma doutrina comum para ação”. E que pretende abrir as Forças Armadas francesas a soldados europeus e sugeriu que outros membros da UE façam o mesmo, de forma voluntária. Para melhorar o combate ao terrorismo, defendeu a criação de uma academia de inteligência europeia e de uma polícia civil comum.
Somente por meio da Europa poderemos proteger nossas fronteiras e receber aqueles que precisam de proteção”