Dourando a pílula
O governo insiste na peça de marketing de que livrou o Paraná do caos fiscal e aponta a queda das despesas (que, a despeito de tudo, continuam se movendo como sugeria Galileu) no segundo quadrimestre do exercício como prova disso. O governo não pode realizar concursos públicos e nomear por falta de recursos e enfrenta, a médio e curto prazos, um descarte para aposentadorias de cerca de 20% a 30% de algumas categorias. Entre as medidas nada ortodoxas que vinham sendo usadas para dificultar e impedir aposentadorias estava a de criar óbices para o acerto das progressões no nível 11. Atomização de recursos aos municípios expõe a ausência de qualquer planejamento, há muito tempo banido do setor público estadual. Ainda ontem com a ida do secretário da Fazenda à Assembleia, apesar do vexame do perdão dos débitos do IPVA, quando se descobriu que a cobrança dos débitos era antieconômica, viu-se a insistência na fantasia de que somos a melhor situação fiscal do Brasil, o que está longe de ser verdadeiro.
Que não sai da areia movediça está na persistência de quase um meio orçamento na dívida ativa e que resiste aos planos sucessivos de refinanciamento fiscal, enquanto se hipertrofia o que há de débitos, em bilhões, nos precatórios.