Cerveja nos estádios x direção
Lamentável a decisão do governador do Paraná de sancionar a lei que libera cerveja nos estádios. Segundo órgãos competentes, a ingestão mínima de bebida alcoólica no organismo já altera o comportamento humano. Além do prejuízo no organismo, temos ainda o efeito pós-bebida que não é levado em conta. Após os ânimos exaltados pela ingestão de bebidas, ao final dos eventos, os motoristas vão dirigir seus veículos, contrariando as propagandas que o próprio governo exibe na mídia com o lema “se dirigir não beba”. Então, onde está a coerência entre uma coisa e outra? Essas propagandas são para a conscientização da população em relação ao uso de bebidas e direção veicular. Temos neste momento um paradoxo: enquanto o Estado libera bebidas nos eventos, uma promotora de Londrina recomendou proibir o consumo de bebidas nas ruas após as 22 horas. Desnecessário argumentar que as duas medidas são a meu ver prejudiciais tanto para as pessoas quanto para os empresários. E, aí, como fica? É evidente que a exploração no consumo de bebidas vai além do prejuízo humano, pois ao dirigir um veículo sobre o efeito de bebidas, o condutor está sujeito a responder pelos seus atos, mas o que realmente importa são as sequelas deixadas às famílias que veem seu ente querido em um leito de hospital ou pior em um caixão rumo ao cemitério. Quando o torcedor colocar as pessoas que ele mais ama dentro do veículos, espero que pense se vale à pena ingerir bebida alcoólica e colocar a sua vida e a dos demais em risco iminente de uma tragédia veicular. LUIZ CARLOS DE ALMEIDA (professor) – Londrina