Céu de brigadeiro nos próximos meses
O professor Guilherme Ribeiro de Macêdo afirma que a procura dos brasileiros pela bolsa aumenta nos momentos de alta, como agora. E que deveria ser o contrário. “Melhor teria sido entrar no ano passado, no auge da crise, quando a bolsa estava na casa dos 50 mil pontos”, alega. Mas ainda, segundo ele, é um bom momento de investir porque a tendência é de maior valorização. “Tem de investir agora, não se deve esperar mais”, aconselha.
Lucas Moratto diz que a procura por cotas do Real Investor vem crescendo, conforme os juros caem e derrubam a rentabilidade da renda fixa. “Estamos sentindo mais procura desde maio, mas a tendência é aumentar mais.” O analista de investimentos calcula que, com Selic a 7% ao final do ano, a média de rentabilidade líquida da renda fixa será de apenas 0,48% ao mês. “Nesse sentido, acho difícil um investidor não procurar a bolsa como um caminho para tentar rentabilizar melhor seu patrimônio”, declara.
O diretor executivo da Anefac, Andrew Storfer, diz que o mercado enxerga um cenário de juros baixos por pelo me- nos dois anos. E que isso irá tirar o investidor brasileiro da zona de conforto. “Vai ganhar uma certa impulsão para risco visando mais rentabilidade.” Ele declara que uma ação de empresa é sempre “perspectiva de rentabilidade futura”. E que, além dos juros baixos, outros indicadores macroeconômicos dão sinais de que as companhias vão se valorizar mais.
POLÍTICA
Na visão de Macêdo, não há sinais ruins para o mercado nos próximos meses, a menos que ocorra uma catástrofe como guerra entre Estados Unidos e Coreia. No front interno, o professor acredita que as eleições presidenciais começarão a ter efeito - positivo ou negativo - sobre a bolsa somente no segundo semestre de 2018. Caso o ex-presidente Lula seja candidato e permaneça em alta nas pesquisas, a tendência é de o mercado de capitais encolher. Também não será bom, na opinião do professor, se houver um fortalecimento maior da candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro. “Será horrível para o mercado porque representa um outro extremo, que pode dividir o País”, avalia.
Macêdo acredita que hoje o queridinho do mercado é o prefeito de São Paulo, Jorge Dória, que ameaça deixar o cargo para disputar a Presidência.
Tem de investir agora, não se deve esperar mais”
(N.B.)