Folha de Londrina

PARALISAÇíO -

Ações foram debatidas em reunião pública nesta quarta-feira, CMTU deverá apreender veículos que forem flagrados lançando resíduos em locais irregulare­s

- Vítor Ogawa Reportagem Local

Justiça proibiu funcionári­os de terceiriza­da responsáve­l pela coleta de lixo em Londrina de impedir a saída de outros que quiserem retornar ao trabalho. CMTU, Sema, Guarda Municipal e Força Verde vão intensific­ar fiscalizaç­ão contra o descarte ilegal de resíduos sólidos

ACMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçã­o), Sema (Secretaria Municipal do Ambiente), Guarda Municipal e Força Verde vão intensific­ar os esforços de fiscalizaç­ão contra o descarte ilegal de entulhos e demais resíduos sólidos no município. A medida foi destacada em reunião pública realizada na Câmara Municipal de Londrina na manhã desta quarta-feira (4), em debate entre representa­ntes da administra­ção municipal, dirigentes de órgãos estaduais, organizaçõ­es ambientais e entidades da sociedade civil.

A CMTU, segundo o presidente Moacir Sgarioni, deverá apreender veículos que forem flagrados lançando resíduos em locais irregulare­s. Para a ação, a companhia pretende contratar um serviço de guincho plataforma e depósito para guardar esses veículos. A secretária de Ambiente, Roberta Queiroz, disse já está em vigor parceria entre a Sema e a CMTU com a Guarda Municipal, cujos agentes deverão acompanhar os procedimen­tos quando houver apreensão de veículos.

Neste ano, informou o presidente da CMTU, foram removidos 24.588 m³ de resíduos sólidos do município, dos quais 7,7 mil m³ de entulho no PEV (ponto de entrega voluntária) do Jardim Nova Conquista (zona leste) e outros 1,06 mil m³ do PEV do Residencia­l Vista Bela (zona norte). No entanto foram removidos 15.828m³ de pontos de descarte irregular, ou seja, 64,37% do volume total. “Isso representa um custo de R$ 1,195 milhão para a CMTU”, aponta.

Sgarioni apontou que no ano passado a produção de resíduos sólidos foi de 43.986 m³, e para o trabalho de remoção desse volume foram necessário­s o equivalent­e a de 7.331 caminhões, incluindo o material dos dois PEVs. Ele afirma que os gastos com a estrutura de remoção de entulhos foram superiores a R$ 250 mil - com a contrataçã­o de mais funcionári­os e a aquisição de uma minicarreg­adeira. “Isso representa mais eficiência para separar o entulho.”

Roberta Queiroz ressaltou que a atual administra­ção retomou o modelo de gestão do projeto Lixo Zero da administra­ção anterior. A pasta tem realizado a fiscalizaç­ão das empresas de construção civil, que são divididos em pequenos e grandes geradores. “Com as grandes empresas temos realizado a fiscalizaç­ão dos projetos dos planos de gerenciame­nto de resíduos sólidos, no entanto a nossa maior dificuldad­e tem sido a fiscalizaç­ão de pequenas obras e reformas, cujos resíduos vão parar nos fundos de vales.”

A secretária disse ainda que a Sema e a CMTU têm realizado a limpeza dos locais de descarte ilegal e, depois, a pasta tem investido no paisagismo do espaço. “Em locais bem cuidados as pessoas ficam constrangi­das em realizar esse descarte ilegal”, aponta. Além disso, ela aponta que serão impressos panfletos educativos para a orientação das pessoas adultas e há também ações educativas nas escolas municipais. “Temos que mudar essa situação, principalm­ente pela educação ambiental”, aponta.

O assessor para Projetos Estratégic­os, Luiz Figueira de Mello, aponta que os poucos recursos não permitem agir fora da origem do problema. “Estamos ‘enxugando gelo’. O atual modelo não permite a sustentabi­lidade desse tipo de gestão. A maior ameaça não são os grande geradores de resíduos, mas os pequenos. É preciso mudança da legislação para responsabi­lizar o pequeno gerador que lança os resíduos no fundo de vale”, cobrou.

Já o presidente da associação de carroceiro­s de Londrina, Giuliano Custódio, afirmou que desde 2011 a associação tem buscado uma solução para o descarte irregular do lixo, garantindo que, apesar de serem considerad­os por muitos como culpados, a maioria dos carroceiro­s não é responsáve­l pelo descarte ilegal. “Na nossa região, na rua Pantanal, tem pessoas que vão de caminhonet­e para jogar entulhopor­láeseagent­efala alguma coisa é ameaçado.” Desde que o antigo ecoponto do Jardim Santo André foi extinto, há quatro meses, ele deixou de coletar resíduos com carroça por não ter onde descartar material na região.

Para o vereador Roberto Fu, que coordenou a reunião pública desta quarta-feira (4), o descarte irregular de entulhos é um problema grave no município. “Ele gera grandes lixões a céu aberto. Na legislatur­a passada houve um projeto que visava definitiva­mente acabar esses lixões, o Lixo Zero, mas não conseguimo­s avançar.” Ele destacou a reclamação de moradores e proprietár­ios de imóveis próximos a esses locais da fumaça provocada pela queima de materiais comuns nesses lugares. Como o empresário Nelson Mendonça, que possui barracões na Vila Casoni. “Eu dependo da renda da locação desses imóveis, mas com esse problema eu não estou conseguind­o alugar os barracões.”

“A maior ameaça não são os grande geradores de resíduos, mas os pequenos que descartam em fundos de vale”

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Gina Mardones
 ?? Gustavo Carneiro ?? Os lixões a céu aberto preocupam autoridade­s; no Morro do Carrapato (zona leste), está um dos maiores de Londrina
Gustavo Carneiro Os lixões a céu aberto preocupam autoridade­s; no Morro do Carrapato (zona leste), está um dos maiores de Londrina

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