PARALISAÇÃO -
Ações foram debatidas em reunião pública nesta quarta-feira, CMTU deverá apreender veículos que forem flagrados lançando resíduos em locais irregulares
Justiça proibiu funcionários de terceirizada responsável pela coleta de lixo em Londrina de impedir a saída de outros que quiserem retornar ao trabalho. CMTU, Sema, Guarda Municipal e Força Verde vão intensificar fiscalização contra o descarte ilegal de resíduos sólidos
ACMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), Sema (Secretaria Municipal do Ambiente), Guarda Municipal e Força Verde vão intensificar os esforços de fiscalização contra o descarte ilegal de entulhos e demais resíduos sólidos no município. A medida foi destacada em reunião pública realizada na Câmara Municipal de Londrina na manhã desta quarta-feira (4), em debate entre representantes da administração municipal, dirigentes de órgãos estaduais, organizações ambientais e entidades da sociedade civil.
A CMTU, segundo o presidente Moacir Sgarioni, deverá apreender veículos que forem flagrados lançando resíduos em locais irregulares. Para a ação, a companhia pretende contratar um serviço de guincho plataforma e depósito para guardar esses veículos. A secretária de Ambiente, Roberta Queiroz, disse já está em vigor parceria entre a Sema e a CMTU com a Guarda Municipal, cujos agentes deverão acompanhar os procedimentos quando houver apreensão de veículos.
Neste ano, informou o presidente da CMTU, foram removidos 24.588 m³ de resíduos sólidos do município, dos quais 7,7 mil m³ de entulho no PEV (ponto de entrega voluntária) do Jardim Nova Conquista (zona leste) e outros 1,06 mil m³ do PEV do Residencial Vista Bela (zona norte). No entanto foram removidos 15.828m³ de pontos de descarte irregular, ou seja, 64,37% do volume total. “Isso representa um custo de R$ 1,195 milhão para a CMTU”, aponta.
Sgarioni apontou que no ano passado a produção de resíduos sólidos foi de 43.986 m³, e para o trabalho de remoção desse volume foram necessários o equivalente a de 7.331 caminhões, incluindo o material dos dois PEVs. Ele afirma que os gastos com a estrutura de remoção de entulhos foram superiores a R$ 250 mil - com a contratação de mais funcionários e a aquisição de uma minicarregadeira. “Isso representa mais eficiência para separar o entulho.”
Roberta Queiroz ressaltou que a atual administração retomou o modelo de gestão do projeto Lixo Zero da administração anterior. A pasta tem realizado a fiscalização das empresas de construção civil, que são divididos em pequenos e grandes geradores. “Com as grandes empresas temos realizado a fiscalização dos projetos dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos, no entanto a nossa maior dificuldade tem sido a fiscalização de pequenas obras e reformas, cujos resíduos vão parar nos fundos de vales.”
A secretária disse ainda que a Sema e a CMTU têm realizado a limpeza dos locais de descarte ilegal e, depois, a pasta tem investido no paisagismo do espaço. “Em locais bem cuidados as pessoas ficam constrangidas em realizar esse descarte ilegal”, aponta. Além disso, ela aponta que serão impressos panfletos educativos para a orientação das pessoas adultas e há também ações educativas nas escolas municipais. “Temos que mudar essa situação, principalmente pela educação ambiental”, aponta.
O assessor para Projetos Estratégicos, Luiz Figueira de Mello, aponta que os poucos recursos não permitem agir fora da origem do problema. “Estamos ‘enxugando gelo’. O atual modelo não permite a sustentabilidade desse tipo de gestão. A maior ameaça não são os grande geradores de resíduos, mas os pequenos. É preciso mudança da legislação para responsabilizar o pequeno gerador que lança os resíduos no fundo de vale”, cobrou.
Já o presidente da associação de carroceiros de Londrina, Giuliano Custódio, afirmou que desde 2011 a associação tem buscado uma solução para o descarte irregular do lixo, garantindo que, apesar de serem considerados por muitos como culpados, a maioria dos carroceiros não é responsável pelo descarte ilegal. “Na nossa região, na rua Pantanal, tem pessoas que vão de caminhonete para jogar entulhoporláeseagentefala alguma coisa é ameaçado.” Desde que o antigo ecoponto do Jardim Santo André foi extinto, há quatro meses, ele deixou de coletar resíduos com carroça por não ter onde descartar material na região.
Para o vereador Roberto Fu, que coordenou a reunião pública desta quarta-feira (4), o descarte irregular de entulhos é um problema grave no município. “Ele gera grandes lixões a céu aberto. Na legislatura passada houve um projeto que visava definitivamente acabar esses lixões, o Lixo Zero, mas não conseguimos avançar.” Ele destacou a reclamação de moradores e proprietários de imóveis próximos a esses locais da fumaça provocada pela queima de materiais comuns nesses lugares. Como o empresário Nelson Mendonça, que possui barracões na Vila Casoni. “Eu dependo da renda da locação desses imóveis, mas com esse problema eu não estou conseguindo alugar os barracões.”
“A maior ameaça não são os grande geradores de resíduos, mas os pequenos que descartam em fundos de vale”