Folha de Londrina

Em Las Vegas, Trump se encontra com feridos no ataque de domingo e se nega a falar sobre controle de armas

Presidente americano visitou cidade onde ocorreu o pior ataque a tiros da história dos EUA

- mundo@folhadelon­drina.com.br Fernanda Ezabella Folhapress

Las Vegas –

O presidente americano Donald Trump chegou a Las Vegas na manhã desta quarta-feira (4) para uma visita de pouco mais de três horas à cidade, que no domingo (1º) foi palco do pior ataque a tiros da história recente americana. O mandatário se encontrou com centenas de feridos, policiais e voluntário­s que ajudaram no resgate do massacre. Em um dos principais hospitais da cidade, Trump elogiou o trabalho dos médicos e se negou a falar sobre controle de armas no país.

“Estou muito orgulhoso de ser americano hoje. Todos aqui fizeram um trabalho incrível, é um tributo ao profission­alismo”, disse Trump, ao lado da primeirada­ma Melania e alguns médicos, no hospital University Medical Center (UMC). “Vi pessoas terrivelme­nte feridas, muito mal mesmo, porque elas tentaram ajudar outras pessoas. Convidei os feridos para visitar a Casa Branca.”

Um jornalista tentou perguntar sobre a possibilid­ade de um maior debate sobre controle de armas, mas Trump não quis comentar. “Estou orgulhoso de estar aqui hoje, cercado de heróis. Na mais profunda situação de horror, sempre vamos achar esperança naqueles que arriscam suas vidas para salvar vidas”, disse o presidente. “América é uma nação verdadeira­mente em luto.”

O atirador Stephen Paddo- ck, 64, que deixou 59 mortos na noite de domingo, tinha 42 armas em suas duas casas em Nevada e no quarto de hotel em Vegas de onde fez os disparos das janelas contra a multidão de um festival de música. Doze das armas usadas tinham o mecanismo “bump stock”, que permite disparar tiros de forma mais rápida, emulando um artefato automático.

Na terça-feira (3) o presidente americano passou o dia em Porto Rico, devastado pela passagem do furacão Maria em setembro. Ao ser questionad­o sobre impor um maior controle de armas no país, Trump respondeu que não era a hora. “Em algum momento, talvez. Hoje não.”

Enquanto Trump visitava feridos, a namorada do atirador, Marilou Danley, 62, era interrogad­a pelo FBI, que tentava descobrir a motivação do crime e como o assassino conseguiu acumular tantas armas. Ela estava nas Filipinas e chegou a Los Angeles na noite de terça-feira.

“Tenho certeza de que ela não sabe de nada, assim como nós”, disse uma das irmãs de Danley à rede de televisão CNN. “Ele mandou ela embora [para as Filipinas] para ela não interferir em seus planos [...] Ela nem sabia que ia viajar, até Steve dizer: ‘Marilou, encontrei uma passagem barata para você’.”

A polícia investiga tam- bém uma remessa de US$ 100 mil (R$ 315 mil) feita pelo atirador às Filipinas em 25 de setembro, três dias antes de se hospedar em Las Vegas. Paddock e Danley moravam juntos em Mesquite, a 120 km de Las Vegas.

Sempre vamos achar esperança naqueles que arriscam suas vidas para salvar vidas”

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Drew Angerer/Getty Images/AFP Mandatário se encontrou com policiais e voluntário­s que ajudaram no resgate do massacre
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