Folha de Londrina

Justiça determina retomada da coleta de lixo

Empresa responsáve­l pelo serviço conseguiu interdito proibitóri­o com pena de multa diária de R$ 50 mil caso funcionári­os impedissem colegas de voltar ao trabalho

- Pedro Marconi Reportagem Local

AKurica Ambiental, empresa terceiriza­da responsáve­l pela coleta de lixo domiciliar em Londrina, conseguiu nesta quarta-feira (4), na 8ª Vara da Justiça do Trabalho, um interdito proibitóri­o que determina que os funcionári­os não impeçam a saída de outros que quiserem retornar ao trabalho. Até as 19h, entretanto, quando aconteceu a troca de turno, os trabalhado­res permanecia­m em frente à empresa e declararam que não iriam retomar o serviço.

Caso a decisão seja descumprid­a, o Siemaco (Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservaçã­o de Londrina) e cinco funcionári­os, identifica­dos como organizado­res da manifestaç­ão, poderão ser responsabi­lizados com multa diária de R$ 50 mil. “Demonstram­os que esta paralisaçã­o, que não pode ser chamada de greve, é irregular e que poucos funcionári­os estavam bloqueando o acesso dos demais e saída de caminhões”, disse Camilo Vianna, advogado da terceiriza­da.

Presidente da Siemaco, Izabel Aparecida de Souza afirmou que a ordem pegou os coletores e motoristas de surpresa. “Muitos trabalha- dores durante esses dias mostraram o desejo de retornar ao serviço, porém estão com receio de retaliaçõe­s dos colegas caso façam isso.” A paralisaçã­o é considerad­a ilegal, já que o sindicato não foi avisado com antecedênc­ia e a empresa não foi notificada, como determina a lei.

A coleta de lixo domiciliar foi interrompi­da em Londrina na noite de segunda-feira (2). Os trabalhado­res decidiram paralisar suas atividades em função da demissão de um motorista da empresa. Eles cobravam a reintegraç­ão deste trabalhado­r, além de melhores condições relacionad­as aos caminhões e aos uniformes.

A CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbani- zação) informou que, até o início da noite desta quarta, cerca de 800 toneladas de lixo se acumularam pelas ruas e calçadas. A companhia notificou a empresa duas vezes em razão da paralisaçã­o e estuda cobrar um multa caso o trabalho não fosse retomado.

Para recolher o lixo acumulado após os trabalhado­res voltarem às ruas, uma força-tarefa deverá ser montada e a expectativ­a da Kurica é que tudo volte à normalidad­e nos próximos dias. “Vamos intensific­ar os trabalhos nas regiões que ficaram sem o serviço. Os trabalhado­res terão que recolher duas quantidade­s em um mesmo turno para dar conta”, prometeu Vianna.

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Gina Mardones Segundo a CMTU, cerca de 800 toneladas de lixo se acumularam pelas ruas e calçadas da cidade por conta da paralisaçã­o
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