Folha de Londrina

Hora de chutar o tabu

Seleção de Tite quer aproveitar a boa fase para vencer pela primeira vez na altitude de La Paz em 32 anos

- Ciro Campos Agência Estado esporte@folhadelon­drina.com.br

O Brasil já classifica­do para a Copa do Mundo de 2018, invicto nas Eliminatór­ias Sul-Americanas sob o comando do técnico Tite e com a liderança assegurada terá pela frente nesta quintafeir­a, às 17 horas (de Brasília), no estádio Hernando Siles, em La Paz, o desafio mais temido. A Bolívia não assusta pela qualidade técnica, mas sim pela altitude. A condição adversa faz do país vizinho à nação sul-americana onde a seleção está há mais tempo sem vencer uma partida do torneio classifica­tório: já são 32 anos.

Como o Brasil só ganhou duas vezes na história na capital boliviana, a busca pelo feito tão raro vira um motivador para uma equipe que tem dominado com folga as Eliminatór­ias. A última vitória brasileira sobre a Bolívia fora de casa pela competição foi em 1985, em jogo disputado longe da altitude, em Santa Cruz de la Sierra. Em toda a história, apenas em 1981 a seleção ganhou em La Paz.

“Já estive duas vezes lá e temos uma estratégia. A posse de bola é uma marca da equipe. Mas tenho outras estratégia­s táticas que vou segurar um pouco e não contar”, co-

La Paz –

mentou Tite, ao admitir a dificuldad­e de jogar na capital boliviana.

O temor com possíveis sintomas como cansaço, falta de ar e náuseas preocupa a seleção brasileira. Esses problemas atingiram equipes anteriores que viajaram à cidade e ajudaram na formação do longo jejum de vitórias na altitude. Foi lá, por exemplo, que em 1993 o Brasil teve a primeira derrota da história nas Eliminatór­ias ao perder por2a0.

TESTES Para acabar com essa escrita, Tite aposta em uma mescla da formação ideal descoberta durante os últimos jogos com testes pontu- ais. O zagueiro Thiago Silva ganha nova chance, Alex Sandro herda a vaga na lateral esquerda após as lesões de Marcelo e Filipe Luís e, por fim, Philippe Coutinho volta ao lado direito do ataque, como substituto de Willian.

“Vai ser um jogo muito difícil, de muito trabalho, de muita entrega dos jogadores e de muita pressão da torcida. Mas temos que pensar no nosso jogo. Viemos jogando bem, mostrando que somos uma equipe sólida, e consequent­emente fazer um bom jogo”, disse o volante Casemiro, nomeado capitão.

Formada basicament­e por quem atua no campeonato local, a Bolívia só pontuou nestas Eliminatór­ias quando foi mandante. A equipe tem como um dos desfalques o técnico Mauricio Soria. Punido por confusões no jogo contra o Chile, ele terá de dirigir o time das tribunas.

A seleção de Tite busca igualar a melhor campanha da história do torneio, obtida pela Argentina, para a Copa do Mundo de 2002. Se vencer as duas últimas partidas, o Brasil superará a rival por ter melhor saldo de gols.

(com Marcio Dolzan, de Teresópoli­s (RJ)

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Lucas Figueiredo/CBF A entrada de Philippe Coutinho no ataque em lugar de Willian é uma das mudanças que Tite testa no jogo de hoje
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