Folha de Londrina

A coragem merece medalha

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Janaína Lamann, 33, é mãe do paciente Murilo Lamann Dias, de 3 anos. Quando ele completou 1 ano e 2 meses, a família descobriu que o filho possuía um tumor neuroectod­érmico melanocíst­ico da infância. O que queria dizer que a criança precisava passar por tratamento­s desgastant­es, além das cirurgias.

Desde o fim do ano passado, mãe e filho saem de Maringá para o tratamento no HCL. Nesse período, conheceu a equipe do Plantão Sorriso e se divertiu muitas vezes com eles. “Eles tiram a sensação ruim de estar em um hospital, às vezes a criança está triste no quarto e os palhaços chegam, mudam tudo, é muito alegre”, conta a mãe.

Foi por conta de Murilo que o grupo interrompe­u a paralisaçã­o e retornou ao hospital nesta quarta-feira (4). Após ter passado pelo ciclo de radioterap­ia, a equipe do HCL produz um certificad­o e medalha de coragem para ser entregue aos heróis. O Plantão Sorriso fica responsáve­l pela cerimônia.

“Eles são treinados, estudam e trabalham. Às vezes há casos de rejeição e imprevisto­s, eles estão preparados para isso, acostumado­s com o improviso”, destaca a médica oncologist­a pediatra, Tânia Anegawa. Foi o que aconteceu na cerimônia. Na hora que iria receber o certificad­o e a medalha, Murilo não estava muito animado e a equipe soube lidar com a situação, respeitand­o o paciente.

Trabalhand­o há 13 anos em Londrina, a médica conta que o trabalho dos palhaços tem respostas terapêutic­as muito boas. “Diminui a frequência cardíaca, reduz o choro, as crianças ficam ansiosas no dia em que eles vêm, pedem música. O trabalho do Plantão não interfere só na criança em tratamento, mas nos pais, responsáve­is e equipe”, defende.

Envolvida diretament­e com os benefícios das atividades do grupo, Anegawa destaca que cabe valorizar o trabalho feito. “Entender a importânci­a, compreende­r que é sério, que exige preparo, que há uma teoria por trás, o aspecto racional, e que isso não é construído da noite para o dia. Eles não fazem palhaçada, é a terapia do clown”, destaca.

A pouca maquiagem faz parte do processo. A caracteriz­ação é feita de forma sutil para que a criança não se assuste. A técnica conversa com o objetivo da psicóloga Luciana Bazzo, que foi quem idealizou o projeto na cidade, pioneiro no Sul do País, com objetivo de unir arte e ciência.

Assim, com todo conhecimen­to envolvido, o Plantão Sorriso tem o poder de humanizar o tratamento, fazendo o contrapont­o entre as dores e desgaste da doença, atestando, então, a importânci­a do riso na reabilitaç­ão da saúde. “Faz diferença, é parte da terapia, é tão importante quanto o remédio. Rir é o melhor remédio”, finaliza a médica.

(L.T.)

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