Método de microscopia eletrônica leva o Nobel de Química
São Paulo - O Prêmio Nobel de Química de 2017 foi concedido ao suíço Jacques Dubochet, ao alemão Joachim Frank e ao escocês Richard Henderson pelo desenvolvimento de métodos de microscopia que revolucionaram a bioquímica utilizando temperaturas muito baixas.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (4) pela organização que concede o prêmio, o Instituto Karolinska, na Suécia. De acordo com o comitê do Nobel, os três cientistas foram premiados “por desenvolver a microscopia crioeletrônica para a determinação de alta resolução das estruturas de biomoléculas em soluções”. A técnica foi utilizada no estudo do vírus da zika.
De acordo com o comitê, graças ao trabalho dos três laureados, logo será possível obter imagens dos complexos circuitos da vida em resolução atômica - isto é, com imagens que mostram objetos na escala de átomos. “A microscopia crioeletrônica simplifica e aprimora a obtenção de imagens de biomoléculas. Esse método levou a bioquímica a uma nova era”, afirmou o comitê do Nobel.
Além de premiação em dinheiro, os laureados também recebem uma medalha e um diploma.
Os ganhadores do Nobel são escolhidos pela Academia Real Sueca de Ciências entre candidatos selecionados pelo Comitê do Nobel para Química.
A láurea é dada para o(a) pesquisador(a) responsável pela “descoberta ou aperfeiçoamento químico mais importante”. Até o momento, desde 1901 - primeiro ano da premiação-, só quatro mulheres foram laureadas. Em oito ocasiões, por conta das duas Guerras Mundiais, o Nobel de Química não foi entregue.
Entre as pesquisas premiadas estão a descoberta e trabalho com os elementos químicos rádio e polônio (Marie Curie, 1911 - ela também ganhou um Nobel de Física); a pesquisa sobre ligações químicas (Linus Pauling - 1954); e a contribuição para melhor entendimento do DNA (Frederick Sanger, 1980 - foi o segundo Nobel de Química dele).