Vem aumento, sim
Um jogo solerte de semântica tenta dissimular o aumento tributário que vem aí e atinge micros e pequenas empresas. A Federação das Associações Comerciais e Industriais denunciou, já o governo frisou que não é bem assim, mas que há um ajuste a providências nacionais em relação à negociação das dívidas dos Estados com a qual estamos comprometidos. Mauro Ricardo Costa, o secretário da Fazenda, promete que manteremos descontos e subsídios. Está aí, como tenho dito, a fancaria do oásis fiscal.
Estamos, com todas as medidas fortes adotadas e que pelo jeito não terminaram, a um colapso dos serviços públicos na hipótese da expectativa de aposentadorias sem a menor perspectiva de reposição de quadros em setores como a polícia civil, Procuradoria do Estado e tantos outros organismos, pois não há dinheiro para concursos públicos.
Interessante a reação da Faciap, normalmente aberta ao diálogo com o governo, que saiu um pouco do tom. Há muito tempo a Associação Comercial do Paraná perdeu o traço crítico e sua relação normalmente é de cordialidade. Às vezes contundente, dos tempos da Guerra Fria, quando era dirigida tanto por Oscar Schrap Sobrinho (que chegou a pregar o não pagamento de impostos e ameaçado de enquadramento na Lei de Segurança Nacional) como por Carlos Alberto de Oliveira, este por muito mais tempo. Quando Lerner tentou leiloar a Copel, houve a sua derradeira reação mais articulada. Normalmente, aliás tanto a prefeitura da capital quanto o governo estadual levam previamente suas intenções ao plenário da entidade.