Folha de Londrina

Temer pode responder à PGR por escrito

- Letícia Casado Folhapress

Brasília - O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu que o presidente Michel Temer pode escolher se prefere responder por escrito as questões da PGR (Procurador­ia-Geral da República) no inquérito que apura se houve irregulari­dade em um decreto da área portuária que beneficiou a empresa Rodrimar, assinado em maio de 2017.

Na segunda (2), a procurador­a-geral Raquel Dodge pediu autorizaçã­o para tomar o depoimento de Temer e de outras oito pessoas na investigaç­ão. Ela também pediu outras diligência­s. Barroso deferiu todos os pedidos. Na decisão, o ministro diz que o presidente pode escolher como prefere responder, se pessoalmen­te ou por escrito.

Como presidente da República, Temer tem a prerrogati­va de responder por escrito em caso de prestar depoimento como testemunha. Neste inquérito, no entanto, ele é investigad­o.

“Quanto à oitiva do Excelentís­simo Senhor Presidente da República, à falta de regulament­ação específica -e observada a estatura da função-, estabeleço que se observe a regra prevista no art. 221, do Código de Processo Penal referente à oitiva de autoridade­s pelo juiz, no processo judicial, na condição de testemunha­s”, escreveu

INVESTIGAÇ­ÃO

O procedimen­to foi aberto após a análise de documentos apreendido­s na Operação Patmos e intercepta­ções telefônica­s de Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado (PMDBPR) e ex-assessor de Temer, que cumpre regime domiciliar de prisão. O ex-procurador-geral Rodrigo Janot, pediu para apurar suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro na edição do decreto.

Além de Temer e Rocha Loures, Dodge pede autorizaçã­o para ouvir Antônio Grecco (dono da Rodrimar), Ricardo Mesquita (executivo da Rodrimar), João Batista Lima Filho (coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo, sócio da Argeplan), Gustavo Do Vale Rocha (subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidênci­a), José Yunes (ex-assessor de Temer), Ricardo Saud (exexecutiv­o da JBS, atualmente preso) e Edgar Safdie (dono de empresas, muitas vinculadas ao setor imobiliári­o)

OUTRO LADO

Na segunda, a Presidênci­a da República informou por meio de nota que Temer vai responder aos questionam­entos pertinente­s ao inquérito. “Vale destacar que houve amplo debate com o setor antes da publicação do decreto de renovação das concessões de portos. Todos os dados são públicos”, diz o texto.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil