Folha de Londrina

Autor teve obras adaptadas para o cinema

- Luiz Carlos Merten Agência Estado

Kazuo Ishiguro nasceu na cidade mártir de Nagasaki, no Japão. Aos 5 anos, mudouse com a família para a Inglaterra, tornando-se um escritor de língua inglesa. A revista “Time” o colocou em 32º lugar na sua lista de maiores escritores ingleses do pósguerra. “Time” muito provavelme­nte terá de fazê-lo avançar algumas posições, agora que ele ganhou o Nobel de Literatura.

Ishiguro escreveu roteiros - “A Profile of Arthur J. Mason”, “The Gourmet”, “The Saddest Music in the World” e “The White Countess”. O mais inglês dos cineastas americanos, James Ivory, adaptou justamente “A Condessa Branca” em 2005 e, mais de dez anos antes, “Vestígios do Dia”, em 1993.

Uma terceira adaptação para cinema foi “Never Let Me Go/Não Me Abandone Jamais”, por Mark Romanek, com Carey Mulligan e Andrew Garfield, em 2010. Ivory, um cineasta meticuloso, mas cuja mise-en-scène sempre foi um tanto débil, talvez sonhasse em ser Luchino Visconti. Só uma vez ele chegou perto, e foi justamente com “Vestígios do Dia”.

Anthony Hopkins faz o mordomo de uma mansão tradiciona­l. Passa a vida servindo a um aristocrat­a decadente, que flerta com os radicalism­os de direita. Em sua submissão - nasceu para servir -, Hopkins desperdiça o afeto de Emma Thompson, que vai trabalhar na casa. É um filme feito com sentido do detalhe, muito bem interpreta­do. É duro, sobre essas vidas desperdiça­das. O próprio Ivory disse que bastoulhe seguir o fluxo de Ishiguro. É seu melhor filme.

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Reprodução Ruth Escobar: nome de resistênci­a do teatro brasileiro

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