Folha de Londrina

Violência contra a mulher

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Alei federal que define o feminicídi­o foi sancionada em 2015 e transformo­u em hediondo o assassinat­o de mulheres motivado justamente porque a vítima é uma mulher. Ou seja, o assassino considera que a vítima tem menos direito que ele ou lhe deve obediência. A lei quase dobra a pena por homicídio, que é de 6 a 20 anos de prisão. Por conta dessa mudança na legislação, a violência contra a mulher é um tema que vem sendo mais discutido na sociedade. Mesmo assim, profission­ais que deveriam estar melhor preparados para lidar com situações críticas cometem erros que custam a vida de muitas mulheres. É o caso de Laís Andrade Fonseca, 30 anos, assassinad­a dentro de uma viatura da Polícia Militar em Teófilo Otoni (MG). A moça foi morta a facadas pelo ex-marido, Valdeir Ribeiro de Jesus, 34 anos, quando era levada ao lado dele para a delegacia. Na tarde do último sábado, ela acionou a PM após encontrar uma câmera escondida dentro de sua casa filmando e transmitin­do imagens em tempo real dela e do filho de 8 anos. Ao ser procurado, o exmarido confessou ter instalado o equipament­o por ciúme. Ele teria convencido a mulher a não registrar a queixa e ela concordou, mas como havia filmagens de criança, os envolvidos foram levados à delegacia. Os policiais falharam ao não revistar o homem. Eles foram afastados do trabalho na corporação e autuados por homicídio culposo. O Brasil é um dos cinco países com maiores taxas de feminicídi­o. Embora a lei represente uma conquista e uma importante forma de visibilida­de para o problema da violência contra as mulheres, casos como o de Laís mostram que há muito o que evoluir.

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