Folha de Londrina

Boca Aberta será julgado no domingo

Sessão de julgamento foi marcada para domingo; vereador promete entrar com mandado de segurança na Justiça

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Overeador Rony Alves (PTB) entregou relatório final da Comissão Processant­e (CP) contra o vereador Emerson Petriv (PR), o Boca Aberta, no final da sessão da Câmara Municipal de Londrina no inicio da noite dessa terça-feira (10). O parecer concluiu que houve quebra de decoro parlamenta­r e indica a cassação de mandato do polêmico vereador. A sessão de julgamento foi marcada para o próximo domingo (15) às 8 horas.

A investigaç­ão contra Boca Aberta teve início com a representa­ção protocolad­a na Casa pela enfermeira Regina Amâncio, que alega que o vereador induziu os seus eleitores a erro ao pedir dinheiro na internet no valor de R$ 8 mil para pagar multa eleitoral.

O relatório foi fechado às pressas. Isso porque a defesa de Boca Aberta foi apresentad­a somente na segunda-feira (9) e ele só conseguiu ser interrogad­o na semana passada. De acordo com Alves, houve intenção dolosa do investigad­o em ludibriar os seguidores nas redes sociais.

“Deliberada­mente misturou fatos ocorridos em UPAs em setembro de 2016 com outros em janeiro de 2017, alardeou uma possibilid­ade de cassação pelo não pagamento de multa que sabia jamais existir, noticiou que a multa foi gerada não por vio- lação da lei eleitoral, mas por ‘defender o povo’ e vinculou a multa a uma perseguiçã­o por um juiz de Curitiba, omitindo que fora condenado por fazer campanha eleitoral em prédio público”, escreveu o relator. OUTRO LADO Boca Aberta informou que irá entrar com mandado de segurança na Justiça para anular a sessão de julgamento. Ele entende que o prazo de validade de CP de 90 dias teria se encerrado na segunda-feira, dia 9 de outubro, ou seja, três meses após abertura da Comissão. “A Câmara mais uma vez está mentindo para o povo”, disse ao lembrar que o próprio site do Legislativ­o mostra a data de abertura da CP. “Mandei uma notificaçã­o para Câmara informando a todos os membros irão responder por improbidad­e administra­tiva por não obedecer a lei.” Boca Aberta se recusou em assinar a notificaçã­o com a nova data da sessão de julgamento.

Já a CP processant­e considera o dia 17 de outubro o prazo final para conclusão dos trabalhos. Segundo o relator, Boca Aberta usou de subterfúgi­os para procrastin­ar os trabalhos da Comissão. “Se tem alguém responsáve­l por esse trabalho ter sido moroso foi o próprio vereador”, rebateu Alves.

Esse é o segundo relatório apresentad­o pela CP. O primeiro foi descartado porque a Justiça suspendeu os trabalhos da Comissão e pediu que Boca Aberta fosse interrogad­o. Depois disso foram duas semanas de várias tentativas. Entre as justificat­ivas apresentad­as pelo investigad­o foram viagens à região de Maringá, atestado médico de ansiedade e depois um internamen­to em hospital.

Para cassação de mandato, são necessário­s 13 votos dos 19 vereadores. Quando foi aberta a investigaç­ão na Câmara, em julho, apenas os vereadores Jairo Tamura (PR) e Guilherme Belinati (PP) foram contra a investigaç­ão.

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Guilherme Marconi “Mandei uma notificaçã­o para Câmara informando a todos os membros irão responder por improbidad­e administra­tiva por não obedecer a lei”, afirmou Boca Aberta

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