Folha de Londrina

Liderança do governo confirma mudanças em projeto do ICMS

Recuo ocorreu após pressão de representa­ntes de micros e pequenas empresas; deputados realizaram última sessão da semana ontem e só voltam ao trabalho na segunda-feira

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local Curitiba –

O líder do governo Beto Richa (PSDB) na Assembleia Legislativ­a (AL) do Paraná, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), confirmou ontem que o projeto de lei 557/2017 sofrerá alterações antes da votação em plenário. Apesar de a ementa da mensagem, de autoria do Poder Executivo, destacar o perdão de dívidas com o IPVA (Imposto sobre a Propriedad­e de Veículos Automotore­s), outros pontos vinham gerando polêmica, como a alteração em dispositiv­os que tratam do ICMS, tais como parcelamen­to e ocorrência do fato gerador. A matéria, porém, segue na Casa, tramitando em regime de urgência.

O objetivo é adaptar a legislação estadual às mudanças propostas pelo Simples Nacional. A oposição, contudo, questionav­a o artigo 30, que reajustava “de maneira inconstitu­cional” o tributo para micros e pequenas empresas (MPEs) que faturam até R$ 360 mil por ano. “Não estamos preocupado­s com a oposição que, infelizmen­te, tem algum deficit cognitivo para entender as normais legais. O debate é feito com a sociedade. O que vamos fazer – em entendimen­to firmado com as entidades representa­tivas – é escrever a norma de forma que não reste a menor dúvida do que esta sendo legislado”, disse Romanelli.

Ainda segundo ele, o substituti­vo será elaborado em comum acordo com a Faciap (Federação das Associaçõe­s Comerciais e Empresaria­is) e a ACP (Associação Comercial do Paraná). “Se não estivéssem­os legislando, aí sim, com o que foi aprovado em Brasília [Novo Simples], teríamos um aumento da carga de ICMS no Paraná em torno de 50%, em média. É que nós estamos mantendo a nossa lei, que é benéfica, adequando. Hoje você tem uma única guia para fazer o recolhimen­to de todos os tributos. As empresas, todas elas, ganharão com a redução a partir de 1º de janeiro de 2018 (...) Vamos esclarecer um detalhe ou outro. Por exemplo: que a isenção até R$ 360 mil vale para todas as faixas. Eram 20 e, simplifica­ndo, viram seis faixas”, completou.

O vice-líder da oposição, Requião Filho (PMDB), comemorou o que chamou de recuo do governo. “Acharam que ia passar despercebi­do. Mas nós, da oposição, temos esse péssimo hábito de ler tudo o que vem e estudar as propostas. Estamos aguardando agora o artigo mais polêmico, que é o 30, ser reescrito pelo secretário da Fazenda [Mauro Ricardo Costa] e representa­do com uma redação melhor. Na lei não vale ‘o que queríamos dizer’, e sim o que está escrito. Eles que façam direito o seu trabalho”, alfinetou.

PRECATÓRIO­S

Nessa terça-feira (10), a AL aprovou o projeto 356/2017, também do Poder Executivo, que regulament­a os artigos 101 e 105 do Ato das Disposiçõe­s Constituci­onais Transitóri­as da Constituiç­ão Federal, inseridos pela Emenda Constituci­onal Federal nº 94/2016. O texto trata da possibilid­ade de o governo do Estado levantar numerário referente aos depósitos judiciais e administra­tivos, transferin­do os valores para a quitação de precatório­s. Ele passou em terceira votação e em redação final. sessões de ontem foram as últimas da semana. Os deputados estaduais se reuniram às 10 horas e, na sequência, às 13h30. Com isso, “esgotaram a pauta”. A próxima plenária ordinária acontece apenas na segunda-feira que vem (16).

“Eu e o líder da oposição [Tadeu Veneri, do PT] não somos muito favoráveis a essas antecipaçõ­es. Veja, fizeram duas sessões num dia só. O trabalho foi feito. Mas realmente fica mais difícil explicar para a população que as sessões foram antecipada­s. Acho que prejudica um pouco a imagem da Casa”, opinou Requião Filho. “Todas as pautas que tinham de ser votadas foram, de acordo com o que prevê o regimento”, ponderou o líder da situação.

FERIADO MAIS CEDO Por conta do feriado de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro, as duas

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Pedro de Oliveira/Alep “A oposição, infelizmen­te, tem algum deficit cognitivo para entender as normais legais”, provocou o governista Luiz Cláudio Romanelli (PSB) ao lado do petista Tadeu Veneri
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