Base faz trocas na CCJ para enterrar acusação
Brasília - A base do presidente Michel Temer realizou nos últimos meses dezenas de trocas na CCJ para assegurar a vitória. A última foi no PSD. Expedito Netto (RO), que votou contra Temer na primeira denúncia, fará uma viagem oficial e será substituído, possivelmente por um governista.
A votação em plenário deve ocorrer na semana do dia 25. Assim como na primeira denúncia, Temer tem recebido uma romaria de deputados no Palácio do Planalto com o objetivo de angariar votos contra a acusação. As moedas de troca usadas nesses casos são a liberação de verbas para obras apadrinhadas pelos parlamentares, nomeação de aliados em cargos federais e atendimento de outras demandas na máquina pública federal.
Entre os apoiadores do presidente presentes à sessão da CCJ está o deputado Paulo Maluf (PP-SP), cuja condenação por lavagem de dinheiro foi confirmada nesta terça pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).
O deputado afirmou que a Câmara tem que apoiar o Palácio do Planalto independentemente do que “aponta o Ibope ou o Datafolha”, cujas últimas pesquisas apontam reprovação popular recorde de Temer.
No lado de fora da comissão, a oposição montou três painéis com a inscrição “Investigar Temer”, “Em cima do Muro” e “Livrar Temer”. Só o primeiro tinha fotos de deputados nessa terça.
“Este relatório é um libelo contra qualquer investigação de possíveis crimes cometidos por partidos e políticos, chapa branca ilimitada”, afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL-RJ).