Um artista essencial
Exposição de João Werner abre nesta quarta-feira; artista acumula uma longa trajetória
Um olhar sobre o urbano e o rural. Essas são as temáticas centrais da exposição “Esculturas & Pinturas”, de João Werner, que será aberta nesta quarta-feira (11). A exposição, realizada no Escritório de Arquitetura André Sell, reunirá 10 pinturas à óleo, acrílica e digitais. As esculturas são em cimento e em resina. “Misturam a temática rural e urbana, que eu achei que, para o momento, seriam os mais indicados. Creio que seja uma exposição bem aclética”, conta Werner. São pinturas que fazem parte do acervo pessoal do artista e, a maioria delas, nunca foi exposta antes.
Escultor, pintor e, durante anos, professor de arquitetura e desenho industrial, Werner foi também, por dois anos, crítico de arte na Folha de Londrina. Mestre em comunicação e semiótica pela PUC/SP (Pontífica Universidade Católica), o artista já teve suas obras expostas por diversos lugares do mundo, entre eles, na Bienal de Florença (Itália); na Galeria Artoteque, em Londres (Inglaterra); e também no Centro de Arte Digital de Los Angeles (Estados Unidos. “Essas são algumas das que eu mais gosto de lembrar. Que realmente me orgulham muito”, conta.
Depois de algum tempo em hiato, em que Werner permaneceu afastado das produções artísticas, ele retomou o trabalho em um ambiente pra lá de criativo, o Juntus Coworking, onde está há dois meses. Espaço colaborativo, que reúne profissionais de diversos ramos – publicitários, psicólogos, advogados, entre outros – o novo local de trabalho de Werner é um dos motivos do retorno. “Foram em torno de 300 esboços (material preparatório que antecede a pintura), só nesse período. Essa troca, com diferentes profissionais, acaba trazendo inspiração. Eu chego a produzir quatro ou cinco esboços por dia. É uma coisa nova e muito positiva.” A grande maioria destes esboços, segundo ele, irá virar pintura – e posterior exposição - em um futuro próximo. “Em casa a gente se distrai com todo o tipo de coisa, aqui, se concentra, não tem jeito. Isso sem falar na energia, que também é super estimulante por aqui. Estou trabalhando como nunca antes”, conta aos risos.
A última exposição realizada por ele foi em 2015. Entitulada “Ladrão”, ela abordava a corrupção e a política nacional. “Eu vinha abordando sempre temas polêmicos. Isso é bem diferente da atual exposição. Creio que ela resgata o trabalho de uns 10 anos atrás, mais ‘calmo’.” Werner ressalta, também, a importância da parceria e receptividade do arquiteto André Sell e da marchand (negociadora de obras de arte) Helena Gomes. “Por tudo isso, esta é uma exposição que se reveste de profundo significado emocional para mim, sendo uma retomada de vida. Um renascimento em minha carreira. Gostaria de convidar o público de Londrina para visitar e contemplar essa vivência.”
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