LUIZ GERALDO MAZZA
Já na relatoria o bloqueio à segunda denúncia funcionou como se esperava.
Já na relatoria da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, aos cuidados de Bonifácio de Andrada, o bloqueio à segunda denúncia contra Michel Temer funcionou como se esperava. Não há mais a hipótese do ponto fora da curva, havida na primeira, do acolhimento do libelo acusatório da PGR (Procuradoria Geral da República). Tanto naquela oportunidade como agora, o ritual do beija mão e do câmbio de emendas opera com a maior tranquilidade no toma cá dá lá que expõe a torpeza das nossas práticas e como entendemos o exercício da política.
Ironicamente, a corrupção se revela como a terapia adequada para o caso, embora se argumente que política é assim mesmo e essas manobras, ainda que sórdidas aos mais sensíveis, são as regras do jogo na operação do consenso. Como se aí se aplicasse o conceito de Hanneman em torno da homeopatia “similia similibus curantur”, mal traduzido na noção de que o mal cura o mal pelo agravamento dos sintomas.
Essa forma de aglutinação é algo que se observa no cotidiano de nosso Legislativo estadual com a maioria que cobre o governo Beto Richa com a prática seguida do tratoraço e que só se liga num mínimo de autocrítica quando a sociedade organizada intervém, como aconteceu agora com as mediações da Associação Comercial e da Faciap contra a alta do ICMS sobre as micros e pequenas empresas e que redundaram numa “reescrita” do tema.
De um modo geral, há perfeita simetria entre o que se vê no parlamento nacional e no da aldeia. Seja qual for o valor em jogo, moral e politicamente iguais.