Folha de Londrina

SUS vai ofertar medicament­o para crianças com diabetes

- Natália Cancian Folhapress

O SUS (Sistema Único de Saúde) passará a ofertar, a partir de 2018, um novo medicament­o para crianças com diabetes tipo 1 - a insulina análoga. Ao todo, 100 mil crianças que têm maior dificuldad­e de controle da doença devem passar a receber o medicament­o. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (11) pelo Ministério da Saúde.

Segundo a pasta, o medicament­o permite maior controle glicêmico e reduz o risco de complicaçõ­es pela diabetes, além de ser de mais fácil aplicação por ter a embalagem no formato de caneta. “Em vez de seringas, é uma caneta de muito mais fácil aplicação e que permite o reuso”, afirmou Renato Alves Teixeira, diretor do departamen­to de assistênci­a farmacêuti­ca.

A resposta desse medicament­o também é considerad­a mais rápida em relação à insulina regular, indicada para ser utilizada cerca de 30 minutos antes das refeições. Já a análoga tem intervalo quase imediato, informou o secretário.

A inclusão do medicament­o no SUS atende a demanda antiga de entidades do setor, que já pleiteavam a incorporaç­ão desde 2014. Nos últimos anos, o medicament­o também era alvo de demandas judiciais e distribuiç­ão irregular, segundo Teixeira. O valor investido para oferta do novo tratamento é de R$ 135 milhões por ano.

Embora as crianças sejam considerad­as público prioritári­o, o produto também poderá ser ofertado para adultos com esse tipo de diabetes, desde que com indicação médica.

CANETAS

Além da inclusão do novo medicament­o no SUS, a pasta negocia a oferta de caneta para aplicação da insulina para todas as crianças com diabetes, incluindo aquelas que fazem uso da insulina regular. A previsão é que, encerrada a compra, a oferta ocorra a partir do segundo trimestre de 2018. Cerca de 1 milhão de crianças têm diagnóstic­o de diabetes no País.

“Entendemos que a criança ir para escola levando uma seringa para aplicar traz um desconfort­o. Estamos na fase de registro para oferta de canetas para insulina regular”, disse Marco Fireman, secretário de ciência e tecnologia. Em seguida, a pasta deve negociar oferta semelhante para adultos com diabetes.

“Em vez de seringas, é uma caneta de muito mais fácil aplicação e que permite o reuso” FARMÁCIA POPULAR

Atualmente, a oferta de insulina é gratuita por meio do programa Farmácia Popular. Mas a continuida­de dessa distribuiç­ão no programa tem sido alvo de impasse. Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, o governo negocia com a indústria e farmácias a possibilid­ade de redução dos preços cobrados, tidos como mais altos do que o pago para oferta regular no SUS. Se isso não ocorrer, a pasta prevê a possibilid­ade de retirar a oferta do medicament­o do Farmácia Popular. Uma medida que tem gerado críticas no setor, que lembra que o programa foi criado para facilitar o acesso aos medicament­os no País.

“O ministério paga R$ 10 quando faz a compra direta para distribuir na sua rede própria e R$ 27 para a farmácia que entrega o medicament­o. Então já chamamos os setores responsáve­is e estamos buscando uma solução para aumentar a oferta”, disse Barros.

O ministro admite, no entanto, a possibilid­ade de rever a distribuiç­ão por meio do Farmácia Popular. Mas nega uma redução no acesso. “Se não houver entendimen­to com as farmácias, ela passará a ser distribuíd­a na rede própria, como outros medicament­os”, afirmou.

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José Cruz/Agência Brasil O ministro Ricardo Barros durante anúncio da disponibil­ização da insulina análoga

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