Folha de Londrina

Festas da fé

Devotos de Nossa Senhora Aparecida começaram a chegar ainda de madrugada para as celebraçõe­s da Festa da Padroeira

- Geral@folhadelon­drina.com.br Simoni Saris Reportagem Local

Cerca de 200 mil pessoas estiveram no Santuário Nacional para um 12 de outubro ainda mais marcante: foi celebrado o Jubileu de 300 Anos de Nossa Senhora Aparecida. Vídeo com mensagem do papa Francisco foi exibido. Em Londrina, as celebraçõe­s da Festa da Padroeira atraíram tanto público que muitos fieis tiveram que acompanhar as missas do lado de fora do santuário da Vila Nova

OSantuário Nossa Senhora Aparecida em Londrina ficou pequeno nesta quinta-feira (12) para acomodar as milhares de pessoas que começaram a chegar ainda durante a madrugada para as celebraçõe­s da Festa da Padroeira. Por falta de espaço, muitos fieis acompanhar­am as missas do lado de fora do santuário, localizado na Vila Nova (área central). Nem o forte calor desde as primeiras horas da manhã espantou os devotos da santa, que vieram de várias regiões de Londrina, de cidades do Paraná e também de outros estados.

Neusa Maria Lazarini foi ao santuário acompanhad­a da filha Jéssica e do genro Guilherme. Nos braços, Jéssica levava uma imagem de Nossa Senhora feita em madeira por um artesão mineiro. “Ela se casou e essa imagem foi o meu presente para ela. Nossa Senhora foi a primeira a entrar na casa da minha filha”, contou a aposentada. “Nossa Senhora tem para mim uma importânci­a total. É dessa maneira que passamos o conceito de família aos filhos. O primordial éa fé e a devoção a um ser superior ”, afirma Lazarini, de- vota de Nossa Senhora desde que nasceu, seguindo os passos iniciados pela bisavó na devoção à mãe de Jesus.

Para os católicos, esse 12 de Outubro teve um significad­o ainda mais especial por marcar as comemoraçõ­es dos 300 anos de aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba, em São Paulo. Para os londrinens­es, a data também remete aos 20 anos de existência do santuário na Vila Nova.

“A história com Nossa Senhora sempre foi uma história de ajuda, de intercessã­o, de cuidados, de cura, de bênçãos e de graças. Talvez pela imagem de Maria estar ligada à imagem da mãe, da mulher que sempre cuida e ajuda o povo, o povo vem e tem esse carinho por Nossa Senhora”, destacou o reitor do Seminário Propedêuti­co São José, em Londrina, padre Edivan Pedro dos Santos. “Maria é a santa de todas as causas, que intercede por todos os seus filhos. A relação que temos com Maria é diferente da que temos com os outros santos. Com Maria a diferença é justamente em sermos filhos”, acrescento­u o padre que por quatro anos foi vigário no Santuário Nossa Senhora Aparecida.

ACREDITAR

Um dos locais mais visitados do Santuário, a Sala de Promessas reúne centenas de objetos deixados pelos devotos como lembrança e gratidão dos milagres alcançados. A zeladora Maria Margarida Francisco se emocionou ao relembrar a estreita relação com Nossa Senhora durante toda a sua vida, mas em especial logo após o nascimento de seu filho, há 21 anos. Com apenas três meses de vida, o bebê sofria de refluxo e a solução apontada pelos médicos para resolver o problema era a cirurgia. Temerosa de ver uma criança com tão pouco tempo de vida na sala de cirurgia, a zeladora entregou seu filho aos cuidados de Maria e o problema foi revertido sem que a operação fosse necessária. “Consagrei meu filho nos braços de Maria e Nossa Senhora o pegou nos braços e me devolveu. Hoje ele está com 21 anos e nunca mais teve nenhum problema de saúde”, contou ela. “Tem que ter fé e acreditar”, ensinou.

“A Sala de Promessas é sempre um pedacinho da história de cada pessoa que tem uma história de amor com Nossa Senhora, do carinho e da ternura de Deus através de Maria. Cada pessoa que encontrou em Nossa Senhora Aparecida um refúgio, a esperança, o recomeço de suas vidas. Ela não deixa ninguém na mão”, reforça o padre.

O corretor imobiliári­o Ricardo Moreira dos Santos e a esposa, a funcionári­a pública Viviane Pontes dos Santos, sempre tiveram a vida norteada pela fé cristã e sempre buscaram apoio junto a Nossa Senhora nos momentos mais difíceis, mas neste ano, recordam eles, passaram por uma experiênci­a que os ligou ainda mais à mãe de Jesus. Internado às pressas com colangite, uma inflamação dos canais biliares, Santos passou 32 dias no hospital, 14 deles na Unidade de Terapia Intensiva. Sofreu duas paradas cardíacas, entrou em coma e vários órgãos deixaram de funcionar. “O médico disse que eu tinha 5% de chance de sobreviver”, relembra.

Orientada pela equipe médica a preparar os dois filhos para o pior, a esposa foi até a capela do hospital e pediu à Nossa Senhora que intercedes­se pela saúde do marido. Uma corrente de oração foi feita na família e entre outros fiéis do santuário e de outras cidades. Entre os familiares, católicos e evangélico­s uniram-se em uma única corrente de fé. “Pedi com muita fé à Nossa Senhora e no dia seguinte ele já abriu os olhos e em três a quatro dias foi desentubad­o. Os médicos reconhecer­am que foi um milagre”, recorda Viviane dos Santos. “Depois disso, nossa ligação com a igreja ficou muito mais forte”, afirma o corretor.

COMEMORAÇÕ­ES

Nesta quinta-feira, entre as 5 e as 18 horas foram celebradas nove missas no santuário, além de outras atividades realizadas ao longo do dia, como a benção dos carros, a Procissão Luminosa e a coroação da imagem de Nossa Senhora.

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Marivaldo oliveira/Código 19/Estadão Conteúdo
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Marcos Zanutto
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Gina Mardones Espaço ficou pequeno para acomodar as pessoas que vieram de várias cidades do Paraná e também de outros estados
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Marcos Zanutto A Sala de Promessas reúne objetos deixados como lembrança e gratidão dos milagres alcançados

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