Empresas de alto crescimento respondem por quase metade dos novos empregos
OCDE define companhias com esse perfil como aquelas que apresentam incremento médio de pelo menos 20% ao ano no quadro de funcionários ou na receita por três anos consecutivos e que tenham pelo menos dez empregados. Concentradas no Sudeste e Sul, represen
Ocaminho para que o Brasil recupere sua capacidade de produzir riquezas e gerar empregos passa pelos empreendedores. Mas não basta abrir uma empresa, é preciso fazê-la crescer. São as chamadas empresas de alto crescimento que têm tido maior impacto na economia brasileira. Apesar de representarem menos de 1% das empresas brasileiras e serem quase sempre de pequeno porte, elas são responsáveis por 10% do pessoal ocupado assalariado e respondem por quase metade dos novos empregos.
Segundo a definição da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), empresas de alto crescimento são aquelas que apresentam crescimento médio de pelo menos 20% ao ano, no quadro de funcionários ou na receita, por três anos consecutivos e que tenham pelo menos 10 pessoas assalariadas. As empresas de alto crescimento com até oito anos de idade são denominadas empresas gazelas.
Segundo o Demografia das Empresas, estudo feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com dados do Cempre (Cadastro Central de Empresas) de 2015, o Brasil tinha naquele ano 25.796 empresas de alto crescimento, das quais 10.503 eram gazelas. Apesar de, juntas, representarem apenas 0,6% das empresas ativas no país, elas eram responsáveis por 10,4% do pessoal ocupado assalariado. “Elas representam uma fatia muito pequena do total de empresas ativas, mas têm uma participação bastante significativa na geração de empregos. Esse é o grande diferencial das empresas de alto crescimento”, analisa Katia Carvalho, responsável pelo estudo.
O levantamento do IBGE, divulgado na semana passada, aponta que a maior parte das empresas de alto crescimento estão concentradas nas regiões Sudeste e Sul e atuam principalmente no comércio e na indústria de transformação. “Essa classificação acaba sendo bastante ampla. Então, são empresas que atuam nas mais diversas áreas.”, afirma Katia.
Outra característica das empresas de alto crescimento que o levantamento do IBGE mostrou diz respeito ao tamanho dessas empresas. A maior parte delas, 55,2% tem entre 10 e 49 funcionários. A participação na faixa de 50 a 249 funcionários é de 36,8%, enquanto entre as empresas com 250 ou mais trabalhadores assalariados foi de apenas 8%. Segundo Katia, esse padrão de porte das empresas de alto crescimento assemelha-se ao verificado em anos anteriores. No entanto, tem sido possível observar, ao longo dos anos, uma tendência de redução da participação das empresas nas faixas de 50 a 249 e de 250 ou mais e aumento de participação na faixa de 10 a 49 funcionários.
FOMENTO
No ano passado, outro estudo realizado pelo IBGE em parceria com a Endeavor, organização global de fomento ao empreendedorismo, apontou que as empresas de alto crescimento são responsáveis por 46% dos novos empregos. “Daí a importância de pensarmos em políticas que fomentem essas empresas de crescimento acelerado. Elas criam novos empregos e aumentam a competitividade nacional porque geram mais riquezas sem aumentar custos”, pondera o coordenador da Endeavor no Paraná, Marco Antônio Mazzonetto.
Segundo ele, as empresas de alto crescimento contratam, em média, 100 vezes mais que as outras. E os dados mostram que não é preciso estar nos grandes centros para crescer depressa. Segundo Mazzonetto, 60% das empresas de alto crescimento estão em cidades com menos de 500 mil habitantes.