Doença incurável
Nos idos de 1930-50, debatíamos sobre certas doenças que causavam grande apreensão a toda a sociedade. A loucura, a morfeia e a tuberculose tinham por parte do governo federal um combate ostensivo e responsável. São Paulo e Minas foram os dois Estados mais atacados pelas referidas doenças. O governo não poupava esforços nem condição financeira para combatê-las. Existiam profissionais especializados em cada área de atuação. Com curiosidade da população, viaturas também especializadas percorriam todas as cidades, transportando os doentes aos manicômios e leprosários localizados em cidades chaves. Estas cidades, pelo trabalho que exerciam, se tornaram famosas e diferenciadas. Juqueri e Barbacena foram duas que se destacavam no cenário nacional. De época em época, aparecem novas doenças que nos assustam e nos tiram do comodismo. A dengue, a zica e outras menores são doenças atuais que requerem da sociedade muita atenção quanto à sua propagação. De todas estas doenças, para a sociedade brasileira a que mais tem mexido com nosso brio e nosso destemor é a “incarater”, que traduzida para o nosso português significa “falta de caráter” ou “sem-vergonhice encubada”. Pela sua determinação e ferocidade, essa doença tem trazido quebradeira a todos os segmentos produtivos, principalmente no comércio. Sem restrição, tem atingido os pequenos botecos e a grande Petrobras. Também as finanças de todos os Estados foi atingida por esta epidemia. Trata-se de uma terrível doença que ataca principalmente a classe política, ou melhor: é acobertada especialmente pela classe política. Só alcançaremos êxito nesta nossa empreitada se deixarmos de construir escolas e hospitais e empregarmos o dinheiro somente na construção de mais dezenas de penitenciarias e também rezarmos para que apareçam muitos e muitos Sergios Moros.
WELLINGTON AMARAL SAMPAIO (administrador aposentado) – Londrina