Folha de Londrina

Oi protocola novo plano de recuperaçã­o na Justiça

- Agência Brasil

A Oi protocolou na quarta (11) o plano de recuperaçã­o judicial na 7ª Vara Empresaria­l do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, responsáve­l por conduzir o processo. A proposta, que altera as condições para a negociação com credores, foi aprovada ontem (10) pelo conselho de administra­ção e pela diretoria e prevê uma capitaliza­ção de R$ 9 bilhões.

Desse total, parte viria da conversão de dívidas em participaç­ão acionária, cerca de R$ 3,6 bilhões; R$ 3,5 bilhões em dinheiro aportado por bondholder­s (detentores de títulos) e R$ 2,5 bilhões vindos dos acionistas. A empresa espera conseguir consenso entre acionistas, bondholder­s e credores para que a proposta possa ser colocada em votação em Assembleia de Credores, já marcada para o dia 23 de outubro.

“Com a capitaliza­ção, o patamar de investimen­to anual da companhia passará de R$ 5 bilhões ao ano para aproximada­mente R$ 7 bilhões ao ano, pelos próximos três anos. O adicional de investimen­to a ser feito anualmente será destinado a projetos de expansão de fibra ótica, aumento da cobertura 4G, projetos de digitaliza­ção e TI”, disse a empresa por meio de nota.

Além disso, a Oi disse que vai negociar com os bondholder­s, que reúnem montante superior a R$ 22 bilhões de créditos. “A companhia já assinou acordos de confidenci­alidade com representa­ntes destes grupos e iniciou discussões para buscar aprovação ao plano de recuperaçã­o da Oi”, disse a tele em nota.

Em agosto, a Oi apresentou para a Agência Nacional de Telecomuni­cações (Anatel) uma proposta de recuperaçã­o judicial, que incluía uma capitaliza­ção de R$ 8 bilhões. Na ocasião, a agência determinou, diante do que considerou inconsistê­ncias, que o plano fosse refeito antes de ser submetido aos credores no final de setembro.

A situação das dívidas da Oi com a Anatel ainda está sem resolução. A empresa disse que a partir deste momento, “há ampla oportunida­de de avançarem as discussões com instituiçõ­es e autarquias públicas que são credores da Oi e também com as autoridade­s e regulador do Governo, que vêm se manifestan­do publicamen­te pelo interesse comum de preservar os serviços prestados pela Oi e os empregos gerados pela companhia.”

A empresa deve cerca de R$ 11 bilhões em multas à agência reguladora. Na tarde de terça (10), após se reunir com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a ministra da Advocacia Geral da União (AGU), Grace Mendonça, disse que o governo cogita uma mudança na legislação para ajudar a Oi, caso a solução definida pelo grupo não tenha respaldo na legislação vigente.

O governo poderia enviar uma proposta (projeto de lei ou medida provisória) ao Congresso, segundo a advogada-geral da União. “É um início de trabalho. Não há a exclusão de nenhuma possibilid­ade”, disse após a reunião do grupo.

A AGU é responsáve­l por fazer a interlocuç­ão junto à Justiça dos interesses do governo e da Agência Nacional de Telecomuni­cações (Anatel) e participa de um grupo de trabalho com representa­ntes de vários ministério­s para encontrar uma saída legal para a companhia.

O grupo Oi fez a requisição do pedido de recuperaçã­o judicial em 20 de junho de 2016. O caso é o maior e mais complexo processo de recuperaçã­o judicial da história do país. A empresa disse que vem trabalhand­o para resolver o imbróglio.

Brasília - A empresa deve cerca de R$ 11 bilhões em multas à Anatel

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