Folha de Londrina

Meirelles volta a defender reforma da Previdênci­a

Em Washington, ministro da Fazenda reforça que aprovação é essencial para sustentabi­lidade das contas públicas

- Economia@folhadelon­drina.com.br Ricardo Leopoldo Agência Estado

Washington -

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a defender a aprovação da reforma da Previdênci­a como algo essencial para a economia brasileira e para sustentabi­lidade das contas públicas no País. O ministro participou nessa sexta-feira (13), do evento Brazil Economic Conference 2017, em Washington, nos Estados Unidos. Ele, contudo, durante a sua apresentaç­ão não mencionou prazos para aprovação do projeto. “A reforma da Previdênci­a é necessária e vai ocorrer no Brasil em algum momento”, disse. Contudo, ele frisou que seria “melhor para todos” que a reforma seja aprovada agora.

Meirelles também disse que há uma “longa lista” de reformas que ajudarão a elevar a produtivid­ade. “A produtivid­ade está em curso de elevação”, sustentou. Sobre o Teto de Gastos, reforma aprovada em 2016 e já em vigor, o ministro estimou que deve reduzir as despesas do governo de 25% para 15% do PIB (Produto Interno Bruto) em 10 anos.

O ministro ainda voltou a projetar que o PIB deve crescer 2,7% no quarto trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado e 3,2% em termos anualizado­s. “A principal prioridade agora é sustentar a força do cresciment­o”, defendeu.

Durante a apresentaç­ão, Meirelles afirmou que a combinação das políticas mone- tária e fiscal está trazendo o Brasil de volta à normalidad­e econômica. Segundo Meirelles, a administra­ção atual está mudando a governança do País desde que assumiu, em 2016. “Mudamos e reconquist­amos a credibilid­ade na política monetária.”

Ele citou, como exemplo, o baixo nível da inflação atual, que, em 12 meses até setembro acumula 2,54%, ressaltand­o que a taxa está dois pontos porcentuai­s abaixo do centro da meta, de 4,5%. Além disso, lembrou que a taxa de juros real “ex ante” (indica o que os agentes econômicos desejam ou esperam fazer) é “uma das mais baixas da história”. “Temos fatores que estão elevando o cresciment­o e estimuland­o investimen­tos”, completou.

Do ponto de vista fiscal, o ministro afirmou que o programa de investimen­tos com o setor privado é diferente do feito no passado. “Agora temos justa e aberta competição de mercado em programa de infraestru­tura. Juros de longo prazo tinham subsídios que distorciam o poder da política monetária”, disse, referindo-se à Taxa de Juros de Longo Prazo (TLJP), que vai ser substituíd­a pela Taxa de Longo Prazo (TLP) nos financiame­ntos do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) a partir de 2018.

Meirelles também disse que o governo está buscando a sustentabi­lidade fiscal no âmbito federal e nos Estados, citando que a reforma da Previdênci­a ajudará a abrir espaço fiscal. “Precisamos manter proteção social para aqueles que realmente precisam”, argumenta. “O primeiro programa social é criar empregos. Com o ajuste fiscal, o governo poderá investir mais em educação e treinament­o profission­al”, completou.

O ministro também mencionou o envio do projeto que propõe mudanças na lei de falências e recuperaçã­o judicial de empresas ao Congresso como mais uma iniciativa do governo com o objetivo de melhorar a economia e o ambiente de negócios brasileiro. “A recuperaçã­o judicial é uma parte importante da recuperaçã­o da economia.” Meirelles ainda afirmou que o governo está buscando reduzir as barreiras ao comércio internacio­nal.

ELETROBRAS

Durante o Brazil Economic Conference 2017, o ministro afirmou ainda que é viável que a privatizaç­ão da Eletrobras ocorra em 2018. “Temos cuidado para fazer o melhor processo de privatizaç­ão possível para o País”, disse.

Segundo o ministro, já há empresas investindo no País. “Devemos ficar otimistas sobre o Brasil.” Ele mencionou ainda que tem ouvido de investidor­es de várias partes do mundo uma maior confiança no Brasil. “É o que escuto de investidor­es em Nova York, Londres e Washington”, reforçou.

PIS COFINS

Meirelles afirmou também que não é recomendad­o elevar a alíquota do PIS/Cofins para compensar a retirada do ICMS da base de cálculo do imposto, que foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Não é recomendad­o porque os impostos sobem quando o PIB aumenta, devido à elasticida­de”, completou.

De acordo com os cálculos da área econômica, a decisão do STF fará com que o governo tenha uma perda de R$ 20 bilhões a R$ 50 bilhões por ano. Uma das alternativ­as para compensar essa perda nas receitas do ano que vem é o aumento das alíquotas dos dois tributos.

Sobre 2018, o ministro ainda disse que, com a inflação baixa, os juros em queda e os investimen­tos estimados, o próximo ano e a próxima década serão “notáveis”.

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José Cruz/Agência Brasil Henrique Meirelles: “Mudamos e reconquist­amos a credibilid­ade na política monetária”
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