Folha de Londrina

América Latina tem recuperaçã­o em ritmo lento

- Folhapress

São Paulo -

A atividade econômica na América Latina e no Caribe deverá seguir uma recuperaçã­o gradual neste ano e em 2018, mas a perspectiv­a de cresciment­o a longo prazo ainda é frágil, segundo relatório do FMI (Fundo Monetário Internacio­nal), divulgado nesta sexta-feira (13).

Em 2017, a expansão deverá ser de 1,2% e, no próximo ano, de 1,9% -ambas taxas subiram 0,1 ponto percentual em relação a abril, aumento puxado por um primeiro semestre melhor que o esperado em grandes economias.

O cresciment­o per capita da região no médio prazo, porém, segue abaixo de economias emergentes -1,7% na região, contra 3,5% nos países em desenvolvi­mento - e muito abaixo da expansão chinesa, de 9%.

A baixa produtivid­ade e a retração do nível de investimen­tos, ainda muito inferior ao nível pré-crise, seguem como grandes entraves ao cresciment­o, aponta o relatório.

Além disso, a disponibil­idade de mão de obra tende a reduzir conforme os países se preparam para o processo de envelhecim­ento de sua população. Hoje, a proporção de pessoas com mais de 65 anos já aumenta de forma persistent­e, ainda que em ritmos distintos.

As eleições que serão realizadas em diversos países latino-americanos nos próximos 18 meses são riscos-chave para a estabilida­de na região. A principal preocupaçã­o do FMI é quanto à possível adoção de agendas populistas, que poderiam levar a um retrocesso nos ajustes econômicos em curso e a uma redução do otimismo.

Como dados positivos, o FMI aponta a desacelera­ção da inflação e os ajustes fiscais, embora estes variem de acordo com o país.

No caso do Brasil, a expectativ­a é que o saldo estrutural (receitas efetivas do governo menos as despesas) se deteriore ao longo do horizonte da projeção, enquanto México e Argentina deverão seguir os ajustes em 2018 e 2019.

“Embora o déficit estrutural da região tenha se corrigido parcialmen­te em 2016 e 2017, a previsão é que o impulso fiscal se torne positivo em 2018 e permaneça neutro daí em diante”, diz o relatório.

As prioridade­s na região hoje são corrigir suas falhas de infraestru­tura, investir em capital humano, fomentar a participaç­ão da mulher na força de trabalho, reduzir a informalid­ade laboral, melhorar a gestão de governo, combater a corrupção e aprofundar a integração regional nos âmbitos comercial e financeiro.

BRASIL

O FMI também elevou sua estimativa de cresciment­o do PIB brasileiro neste ano, de 0,3%, em julho, para 0,7%. A projeção foi divulgada na terça-feira (10). Para 2018, também houve um leve cresciment­o em relação aos dados divulgados em julho, de 1,3% para 1,5%.

A previsão para este ano (0,7%) casa com a de agentes do mercado reunidas pelo Banco Central no boletim Focus, que, no entanto, ainda está mais otimista que o FMI para o próximo ano, com estimativa de alta de 2,4%.

No início desta semana, o Banco Mundial também projetou uma retomada da América Latina e Caribe puxada por Brasil e Argentina -a expectativ­a da instituiçã­o é também de uma alta de 1,2% em 2017, e de 2,3% em 2018.

Segundo FMI, baixa produtivid­ade e retração do nível de investimen­tos seguem como entraves ao cresciment­o

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