Folha de Londrina

Aneel discute bandeira vermelha para tarifa elétrica em novembro

- Luciano Nascimento

Se o cenário hidrológic­o permanecer desfavoráv­el, com o registro de chuvas abaixo da média histórica, a tarifa elétrica em novembro poderá permanecer no patamar 2, que adiciona R$ 3,50 a cada Kwh (quilowatt-hora) consumido.

“A continuar com o desenho que temos até agora, aponta-se para a manutenção da bandeira vermelha patamar 2”, disse o presidente da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Romeu Rufino.

O assunto será tema da reunião da agência na próxima terça-feira (24). Na ocasião, a agência deverá lançar uma consulta pública para discutir a metodologi­a de acionament­o das bandeiras, que atualmente se baseia no valor do Custo Marginal de Operação (CMO) para o próximo mês. Isso significa que, se houver um grande volume de chuva nos próximos dias, o modelo toma essa precipitaç­ão para constituir o valor futuro, mesmo que as chuvas diminuam.

A Aneel avalia a possibilid­ade de que também seja considerad­o o nível de armazename­nto dos reservatór­ios no cálculo da tarifa. Se a fórmula que será debatida estivesse em vigor, a agência poderia ter acionado antes as bandeiras amarela e/ou vermelha durante o período seco, quando já se esperava uma hidrologia desfavoráv­el e diminuição acima da média do volume dos reservatór­ios.

Na quinta-feira (19), o CMSE (Comitê de Monitorame­nto do Setor Elétrico) disse que vai reforçar o pedido para a Petrobras para “viabilizar” combustíve­l para as termelétri­cas operaciona­lmente disponívei­s, mas que estão paradas por falta do insumo.

Por conta do baixo nível dos reservatór­ios das hidrelétri­cas, o governo tem que acionar as usinas térmicas para garantir o fornecimen­to de energia. Na reunião, o comitê reiterou que não há risco de desabastec­imento de energia e, após análise de custos e benefícios, voltou a descartar o acionament­o das usinas termelétri­cas mais caras, cujo custo está acima do preço da energia no mercado à vista, o chamado “despacho fora da ordem de mérito”.

Com essa decisão, permanecer­ão desligadas as térmicas cujo custo da energia supera o preço no mercado de curto prazo. O tema, entretanto, será debatido novamente na próxima semana. Além disso, o comitê também reiterou, se necessário, o aumento da importação de energia elétrica da Argentina e do Uruguai “na medida em que for possível”.

De acordo com o comitê, o cenário hidrológic­o para os próximos dias tem previsão de “anomalias negativas de precipitaç­ão na região central do Brasil”, área de abrangênci­a das bacias de maior relevância para a geração de energia elétrica e de precipitaç­ão acima da média no extremo Sul, o que aponta para um atraso na transição para o período úmido em relação ao histórico de chuvas.

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