INDÚSTRIA
Câmara Brasil Alemanha alerta para o risco de o País perder competitividade se não encarar a nova revolução industrial
Câmara Brasil-Alemanha vai ajudar pequenas e médias empresas do Paraná a adotar tecnologias 4.0
Na manhã seguinte à decisão da Câmara dos Deputados de arquivar a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, empresários e integrantes do conselho da AHKParaná (Câmara Brasil Alemanha) retomaram nesta quintafeira, 26, a pauta das discussões sobre reformas estruturais e o aprofundamento do conceito 4.0 nas empresas como ferramentas para alavancar o PIB (Produto Interno Bruto) dos próximos anos. Em evento com jornalistas em Curitiba, a mesa diretora da AHK mostrou que terá como meta para 2018 apoiar as pequenas e médias empresas paranaenses a adotarem de modo gradual as tecnologias da indústrias 4.0.
Para a AHK, o modo de se gerar riqueza daqui para frente tem como pilar a utilização de dados trazidos via Big Data, cloud computing e internet das coisas, empregados de forma a tornar os negócios mais eficientes. “Se perdermos o bonde da história, vamos sofrer bastante lá na frente para sermos competitivos tanto no mercado nacional, quanto internacional. Há de se forçar a assimilação do 4.0 em 2018 na indústria e no setor de comércio e serviços também”, ressaltou o diretor da AHK Paraná, Andreas Hoffrichter.
Além de estar em dia com a nova revolução industrial, na opinião dele, o Brasil precisa das reformas previdenciária e tributária, assim como outras mudanças que garantam segurança jurídica aos investidores. “Precisamos fazer as reformas necessárias. É preciso entender que, na reforma da Previdência, não dá para todo mundo sair ganhando”, apontou.
Sobre a complexidade da legislação tributária brasileira, Hofrichter disse que os alemães “custam a entender” o tempo perdido pelas empresas instaladas no Brasil. “Na Alemanha, as empresas gastam cerca de 260 horas para administrar impostos e, aqui, qualquer indústria pequena utiliza no mínimo 3.600 horas”, comparou.
Segundo estudos conjunturais encomendados pela AHKParaná, o Brasil se recupera lentamente da crise econômica. A entidade projeta um crescimento real do PIB de 0,5% para este ano e de 2,5% em 2018. “Vivemos um processo de mudança substancial e, a partir de 2020-2021, podemos ter um crescimento consistente passando de um nível de 2% para 4% a 5% de crescimento. Até porque as empresas aproveitaram esse período de recessão longa para cortar gordura e serem mais eficientes”, afirmou.
Por outro lado, o endividamento público do País, segundo a AHK, continua a ser um problema grave. “Saltou de 30,2% do PIB para algo em torno 53% neste ano e para 2018 deve alcançar 57,6%. Gasta-se muito e mal. Deveria haver um conceito de 4.0 na gestão pública também”, destacou Hoffrichter.
Outra desafio, na visão dele, é o desemprego, principalmente dos jovens. “Para conseguirmos absorver toda essa gente jovem, precisamos crescer continuamente mais 6 anos, com índices de 5 a 6%, níveis de PIB chinês. Isso não acontece por falta de confiança do investidor, que pode ser revertida”, declarou.
Se perdermos o bonde da história, vamos sofrer bastante lá na frente”