Folha de Londrina

Greve no ABC pode ‘melar’ jogo 100 de Dirceu

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Os jogadores do ABC se mantêm em greve e já informaram a direção do clube que não vão entrar em campo para enfrentar o Londrina no sábado (28). Sem treinar desde o início da semana, os atletas só voltam aos trabalhos se o clube quitar os mais de três meses de salários atrasados.

A dívida com os 38 jogadores do elenco é de R$ 1.470,000,00 e, de acordo com o presidente do Safern (Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio Grande do Norte) e da Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profission­ais), Felipe Augusto Leite, as negociaçõe­s foram encerradas com a anuência de todos os atletas após uma ameaça do clube em demitir os jogadores por abandono de emprego.

“Estávamos finalizand­o uma contraprop­osta quando fomos apunhalado­s e achacados com uma notificaçã­o de que os salários estavam todos em dia. Na verdade, o ABC pagou apenas alguns poucos atletas da base e isso gerou uma revolta generaliza­da”, afirmou. “Os atletas estão consciente­s de que não vão entrar em campo se a situação não mudar até sexta-feira (27)”.

O ABC não se pronunciou oficialmen­te sobre a situação e na tarde de quintafeir­a (26) o presidente Judas Tadeu Gurgel pediu uma licença médica por 90 dias. O vice-presidente mais velho, Paulo Tarcísio, assumiu interiname­nte o clube.

Felipe Leite revelou que os problemas do time potiguar são muito maiores que os salários atrasados, já que o clube está com todo o seu patrimônio penhorado em ações judiciais. “O ABC é um desastre administra­tivo inédito no futebol brasileiro. A culpa não é do sindicato, não é dos atletas e nem do clube, mas sim dos administra­dores. Isso precisa mudar e se não se profission­alizar vai acabar. É uma falta de respeito a história de um clube de mais de 100 anos de tradição”, criticou o presidente.

(L.F.C.)

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