Folha de Londrina

Câmara aprova nova mudança no zoneamento de Londrina

Projeto aprovado em primeira discussão amplia a abertura de oficinas mecânicas e marmoraria­s em vias como a Higienópol­is, JK, Madre Leonia e Pará

- Guilherme Marconi Reportagem Local

ACâmara Municipal de Londrina (CML) aprovou, em primeira discussão, nessa quinta-feira (16) o PL (Projeto de Lei) 80/2016 que libera a instalação de oficinas mecânicas, marmoraria­s, marcenaria­s, funilarias, gráficas e oficinas de pintura eletrostát­ica entre outras atividades em ruas classifica­das de ZC-6 (Zona Comercial Seis). A matéria que altera a Lei de Uso e Ocupação do Solo recebeu parecer contrário da assessoria técnica da Casa, mas mesmo assim, 16 vereadores foram favoráveis ao texto de autoria do vereador Rony Alves (PTB). O único parlamenta­r contrário à tramitação do assunto foi Felipe Barros (PRB). Já Daniele Ziober (PPS) se absteve da votação.

No mapa do Plano Diretor é possível visualizar as áreas que estão na ZC-6. Como exemplo, é possível citar as avenidas Juscelino Kubitschek, Higienópol­is e Rua Pará (centro); avenidas Madre Leonia Milito (zona sul) e a Santos Dumont (zona leste) e Rua Alan Cardec (Jardim Califórnia).

“A minha preocupaçã­o é que serão permitidas atividades que trazem poeira e barulho próximo às áreas residencia­is”, disse Barros, ao lembrar que a Zona Comercial Seis é uma das mais abrangente­s no planejamen­to urbano. “Daqui um tempo esses moradores irão bater na Câmara para cobrar os vereadores sobre o incômodo que essas atividades poderão causar à vizinhança”, pregou o vereador.

A secretária municipal do Ambiente, Roberta Queiroz, informou à FOLHA que a pasta não foi consultada para emitir parecer técnico sobre a mudança de zoneamento em relação às atividades que causam poluição. “Fica a critério da Câmara e das comissões nos consultar, mas é sempre interessan­te ouvir os órgãos afetados”, disse. Ela lembra que a consulta é importante principalm­ente para analisar o aspecto preventivo. “A Sema é o órgão que fiscaliza todas essas atividades. É importante porque nossa função é evitar conflitos urbanos.” Ela lembrou ainda que as atividades como marmoraria­s, por exemplo, que são de alto risco e só podem ser exercidas em zonas industriai­s.

EMISSÃO DE ALVARÁS

Na legislação atual, 23 serviços estão incluídos no grupo SG-10 que podem ser instalados apenas nas zonas industriai­s e zoneamento­s comerciais: ZC-3, ZC-4 e ZC-5. O autor da matéria justifica que a intenção é regulariza­r apenas oficinas mecânicas que têm dificuldad­e na emissão de alvarás. “Vamos propor uma emenda só para liberar essa atividade. Fui procurado por um grupo de pessoas que tem dificuldad­e de abrir seu negócio”, disse Alves. O vereador lembra que várias ruas e avenidas da ZC-6 já possuem oficinas mecânicas instaladas, entretanto, a lei impede que novos negócios semelhante­s sejam abertos.

Segundo ele, cabe ao Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamen­to Urbano) analisar se a atividade irá ou não precisar do EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança). “Trata-se de uma lei em tese, esse impacto será analisado caso a caso, o que não podemos é deixar que pais de família fiquem sem emprego”, justificou.

O projeto passa para segunda discussão na próxima semana na Câmara antes de seguir para sanção do prefeito Marcelo Belinati (PP).

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Roberto Custódio Rony Alves justifica que a intenção do projeto é regulariza­r apenas oficinas mecânicas já instaladas e que têm dificuldad­e na emissão de alvarás

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