MPEs puxam recuperação do crédito
São Paulo - A recuperação do crédito à pessoa jurídica deve ser puxada pelas MPEs (pequenas e médias empresas) e já começou, avaliou Sérgio Rial, presidente do Santander, nesta quinta-feira (26). As concessões do banco para esse público cresceram 1,2% no terceiro trimestre do ano, em relação ao trimestre anterior, enquanto os empréstimos às grandes empresas caíram 1,4% no período. “O Santander está muito focado em pessoa física, mas já vemos a reação começar pelas pequenas e médias empresas”, afirmou Rial.
Esse é um dos primeiros indicadores de que o crédito às grandes empresas também vai começar a crescer, completou Marcos Madureira, vice-presidente de comunicação, e sustentabilidade do Santander. A concessão do banco a pessoa física na comparação trimestral subiu 5%, e a de financiamento ao consumo, 5,9%. “O desemprego começa a reduzir, as pessoas se sentem um pouco mais seguras e houve também um represamento de demanda. Isso numa base de juros muito diferente”, afirmou Rial.
Na quarta-feira (25), o Banco Central anunciou novo corte na Selic, a taxa básica de juros do país, a 7,5% ao ano. Apesar dos esforços do banco para estimular o financiamento imobiliário -com o lançamento, em julho deste ano, da modalidade de contratação on-line, por exemplo- o crédito não reagiu. A carteira segue praticamente estagnada em R$ 27 milhões pelo menos desde o terceiro trimestre do ano passado. “Já esperávamos por isso, porque leva tempo de processamento. A concessão no Brasil leva em torno de 45 dias, e mesmo no digital há muita documentação”, afirmou Rial. “Eu acredito que se comece a ver reflexo no aumento do crédito imobiliário no primeiro trimestre de 2018.”