Folha de Londrina

40% dos alunos de graduação usam transporte público

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De acordo com pesquisa realizada e orientada pelo professor do Departamen­to de Construção Civil, do CTU (Centro de Tecnologia e Urbanismo), Carlos Prado, 40% dos alunos de graduação da UEL utilizam o transporte público para chegar até o campus. Dos dois mil alunos entrevista­dos, apenas 2,1% utilizam a bicicleta.

A nova pesquisa, que inclui o projeto de bicicletas compartilh­adas, dá continuida­de ao promover a consulta pública para a compreensã­o do que pode ou não estar errado em relação à locomoção interna. “Não é encontrar culpados, mas como resolver. Se todo mundo diz que faz o trajeto interno caminhando, por que não melhorar a calçada?”, explica o professor.

Alguns alunos defendem que o sistema de bicicletas compartilh­adas geraria estímulo ao uso do transporte, já que muitos precisam se deslocar entre centros para participar das aulas. “Tem muita gente que estuda nos polos, eu mesma, às vezes preciso resolver problemas na Prograd (Pró-Reitoria de Graduação) e fica longe, leva tempo”, afirma Isabela Ribeiro de Oliveira, 19, estudante de física.

“Eu já venho de bicicleta, acho a ideia bacana, mas precisa melhorar muita coisa, como colocar ciclofaixa­s, aumentar o número de paraciclos, além de melhorar algumas rampas que às vezes ficam congestion­adas”, afirma Lucas Marques, 26. O estudante de geografia utiliza a bicicleta para se locomover dentro e fora do campus e acredita que a ideia é interessan­te, mas que, ao mesmo tempo, a universida­de passa por momentos críticos e possui outras demandas mais importante­s.

Para a estudante de veterinári­a Camila Oliveira, 18, o sistema estimulari­a o uso da bicicleta e que mesmo tendo um custo alto, tem contribuiç­ão maior que só a locomoção. “É um meio necessário, contribui em muitas formas, até como exercício físico”, defende. Quanto à participaç­ão da comunidade em projetos, defende que as pessoas deveriam se interessar mais.

Embora a pesquisa seja uma ideia de solução em mobilidade e que deve passar ainda por muitos processos para ser implantada, o debate gera a participaç­ão e é saudável para que se discutam novas soluções. Pensando nisso, o mestrando Vitor Hugo Gomes pretende dar continuida­de à pesquisa em uma proposta de doutorado. “A gente procura para futuros estudos, ampliar a amostra, não trabalhar só com universitá­rios. Nós estamos testando se a pesquisa tem potencial e quais as limitações.”

(L.T.)

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