Folha de Londrina

Números da violência no Brasil

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Sete pessoas foram assassinad­as por hora no Brasil em 2016, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nessa segunda-feira (30). A pesquisa mostrou que as mortes violentas intenciona­is cresceram no país e atingiram o maior número já registrado. Os homicídios chegaram a 61.619 no ano passado, o que significou um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Níveis de países em guerra. Mais vítimas que a soma de muitos atentados terrorista­s. A taxa média nacional de mortes violentas atingiu 29,9 assassinat­os por 100 mil habitantes e os três Estados com maiores taxas são do Nordeste: Sergipe (64), Rio Grande do Norte (56,9) e Alagoas (55,9). O fórum é uma organizaçã­o representa­da por especialis­tas no tema violência e os dados são reunidos com base em informaçõe­s fornecidas pelas secretaria­s de segurança pública dos estados. A organizaçã­o também criou um critério de mortes violentas que inclui homicídios dolosos, latrocínio­s, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrente­s de intervençõ­es policiais. No Paraná, foram registrado­s no ano passado 25,9 assassinat­os por 100 mil habitantes, enquanto em 2015 a taxa ficou em 25,4. Na Região Sul, o Rio Grande do Sul ficou na frente, com a taxa de 31,2 e Santa Catarina, em terceiro, com 15 mortes violentas por 100 mil habitantes. De uma maneira geral, esses crimes cresceram em todo o país, mostrando que a violência se espalhou e não é mais caracterís­tica das grandes cidades ou de um determinad­o estado. Chama atenção o perfil padrão das vítimas. A maioria é homem (99,3%), jovem (82% tem entre 12 e 29 anos) e negro (76%). Informaçõe­s que mostram como a juventude brasileira está vulnerável, refletindo também uma desigualda­de histórica. As razões envolvem a queda no investimen­to em segurança pública e a falta de políticas sociais que ajudem a diminuir a desigualda­de social.

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