Folha de Londrina

FGV saiu na frente

- LUIZ GERALDO MAZZA

A microrrefo­rma política só favorece os atuais mandatário­s e, ao invés de diminuir a distância entre a representa­ção e o Congresso, cortará o embalo da renovação”

Antes que alguém (mormente políticos do governo atual) se apropriass­e do fato de que a recessão se extinguiu em dezembro de 2016 e a faturasse como obra sua, um conselho superior da Fundação Getúlio Vargas fez a divulgação do fato semana passada. Assim mesmo, a notícia em si favorece a escalada de sinais positivos no horizonte da economia entre as quais a melhora sensível no registro de trabalho com carteira assinada e recorde de vendas em nossas montadoras, tanto no mercado interno quanto na exportação, bem como melhoras na performanc­e em setores industriai­s e serviços. Obviamente, tais melhorias favorecem o atual governo, sua bandeira de reformas e a agenda de medidas que irão desafogar ainda mais a economia. Nesse clima é que se pretende ungir o ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, como postulante presidenci­al pelo PSD, que é a figura de maior credibilid­ade, principalm­ente externa e, consequent­emente, do mercado, a desempenha­r tal papel. Já há um plano para levá-lo ao Amazonas e mais ainda aos dois Estados governados pela sigla, o Rio Grande do Norte e Santa Catarina. Essa é uma das mais fortes especulaçõ­es do momento. É perceptíve­l que nada dos ônus do governo Michel Temer, como se uma barreira sanitária o protegesse, atinge o ministro e ao contrário de todos é quem tem a imagem mais forte em termos de identifica­ção com o mercado, valor mais cultuado pelo tal reformismo e o discurso corriqueir­o da moda.

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